Mais um aumento deve pesar no bolso dos moradores da Região Metropolitana do Recife e que utilizam transporte público. Será votado, na próxima sexta-feira (06), o reajuste das passagens de ônibus. O Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) – colegiado que decide os valores cobrados nos coletivos que circulam no Grande Recife – tem reunião marcada para 8h30 no Centro de Convenções de Pernambuco, localizado em Olinda.
Atualmente, a tarifa A, que custa R$ 2,80 e utilizada por 70% dos passageiros, é a terceira mais barata das 27 capitais brasileiras, acima apenas das cidades de Fortaleza, Macapá (R$ 2,75) e Belém (R$ 2,70). Os donos das empresas de ônibus vão defender um reajuste de 33,9%.
Se a proposta for aprovada, o anel A terá um acréscimo de R$ 0,95, passando de R$ 2,80 para R$ 3,75, enquanto o anel B sairá de R$ 3,85 para R$ 5,15 (aumento de R$ 1,30). Mas considerando o histórico das reuniões do CSTM, dificilmente os valores pleiteados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) são aprovados. Ano passado, o pedido dos empresários foi de 32%, mas o que vigorou foi 14,42%.
O governo do Estado, representado pelo secretário das Cidades e presidente do conselho, Francisco Papaléo, também deve apresentar uma sugestão de percentual de reajuste. Até esta terça-feira (3), no entanto, esses índices não haviam sido informados.
Qualquer membro do CSTM, formado por 24 representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil (estudantes, deficientes, passageiros, idosos e rodoviários, entre outros), pode defender uma proposta. Após a votação, os valores finais precisam ser referendados pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) para começarem a valer.
“Houve uma queda de 10% da demanda de passageiros em 2016. E nossa projeção é de que caia mais 5% neste ano. Somado a isso houve aumento de combustível, mão de obra e outras despesas”, explicou o presidente da Urbana, Fernando Bezerra, para justificar os 33,9% de aumento das passagens.
A Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco está analisando que medidas jurídicas vai tomar em relação à reunião do conselho. “Pedimos em dezembro ao secretário das Cidades as planilhas de custos do sistema e nos foi negado. Os conselheiros precisam ter acesso aos números para fazer uma contraproposta ou votar contra”, argumento Pedro Joseph, membro da Frente.