Depende do aval do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça (MJ), a possível ida de quatro presos no assalto às agências do Itaú e Banco do Brasil do Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife), ocorrido na última quinta-feira, para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O pedido foi feito pela juíza Mirna dos Anjos Tenório, da comarca de Jaboatão dos Guararapes, e leva em conta o pleito de um dos assaltantes, o paraibano Geraldo da Silva Andrade Júnior, conhecido como “Perninha”. Durante audiência de custódia realizada na última sexta-feira, ele alegou que pode ser morto em uma unidade prisional de Pernambuco, uma vez que não pertenceria a facções organizadas do crime.
Em casos do tipo, uma comissão formada por três juízes federais analisa o pedido feito pela justiça estadual. O objetivo é verificar se os presos têm o perfil indicado para os presídios federais: pertencer a grandes grupos criminosos, ter histórico de liderança e capacidade de organizar motins. Antes da tentativa de assalto da última quinta-feira, os criminosos detidos – além de Geraldo Júnior, Alann Jhon da Cruz Silva, Wildemberg Martins de Souza, Ailton Maciel da Silva e Gustavo Luiz do Nascimento – respondiam por crimes que vão de roubo a homicídio qualificado, passando por tráfico de drogas. Um quinto preso, Ailton Maciel da Silva, ainda se encontra sob custódia da polícia no Hospital Dom Helder (HDH), no Cabo.
Para a Polícia Civil, uma eventual ida dos criminosos para uma penitenciária federal seria bem-vinda. “Não há mais nada o que fazer nesse caso. O grupo foi desarticulado e as investigações, concluídas. A saída deles para uma unidade federal representaria maior segurança para a sociedade”, comenta o delegado Paulo Berenguer, titular da força-tarefa de combate aos roubos a instituições bancárias.
O JC tentou contato com o Ministério da Justiça para saber como está o trâmite relativo a uma eventual transferência dos presos para a Penitenciária Federal de Mossoró. Até o início da noite de ontem, quando a edição foi fechada, não tinha obtido resposta.
Apenas um dos cinco assaltantes mortos durante o confronto com a Polícia Militar, nos canaviais do Cabo e de Moreno, não foi identificado por familiares. Até agora, foram liberados os corpos de Igor Reinaldo Peixoto, natural de Cabrobó, no Sertão do Estado, e do baiano José Aílton dos Santos e Silva, que respondia por um homicídio em Petrolina, também no Sertão de Pernambuco, e estava foragido da Penitenciária Dr Edvaldo Gomes, naquela cidade, onde cumpria pena no regime semiaberto. Outros dois assaltantes potiguares – José Henrique da Silva e José Ivanílson Dias Gomes – foram reconhecidos pelos familiares, mas ainda não tiveram os corpos liberados.