Parceria com Estado viabiliza revitalização do Cais de Santa Rita

Após três anos, o Recife inaugura pequeno trecho da obra, com 42 quiosques de alimentação, em junho
Margarette Andrea
Publicado em 10/05/2017 às 7:33
Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


As obras de revitalização do Cais de Santa Rita, no Centro do Recife, que se arrastam há três anos, começam a recuperar o tempo perdido. Uma parceria com a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Estado (Sectur) garantiu ao município os recursos necessários (R$ 5,3 milhões) para dar continuidade ao projeto, que terá a primeira etapa inaugurada no próximo mês, quando 42 dos 580 comerciantes cadastrados retomam seus postos de trabalho em um pequeno trecho de 817 metros quadrados que está quase concluído, após sucessivos atrasos.

Nessa área, serão realocados trabalhadores que já atuavam no espaço comercializando alimentos. Os quiosques já estão montados, faltando apenas alguns retoques. Os banheiros (quatro femininos e quatro masculinos, sendo dois para pessoas com deficiência) estão prontos, mas ainda estão isolados por tapumes.

Ao lado, mais um trecho está em obras, já com coberta desde outubro. mas sem piso, para receber outros 220 comerciantes, incluindo os feirantes que atuam no entorno do Mercado de São José, e o pessoal que lida com sulanca, importados e cutelaria, nessas imediações.

As outras etapas do projeto – que incluem um estacionamento com 200 vagas (a ideia de um edifício-garagem ficou para o futuro) –, que eram incertas, começam a andar. “A parte financeira de toda a construção está equacionada com a ampliação da parceria com a Secretaria de Turismo, que já havia bancado cobertas e piso da primeira etapa. Esperamos concluir tudo até o final do ano”, afirma o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga.

O gestor salienta que o município ainda busca no orçamento próprio cerca de R$ 700 mil para aquisição dos 350 quiosques que precisam ser adquiridos. “Nossa dificuldade toda sempre foi de orçamento, mas avançamos e vamos tornar aquela área um ponto turístico agradável e seguro”, assegura.

Os R$ 5,3 milhões da parceria com a Sectur são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A verba vai bancar 6 mil metros quadrados de piso, sendo 5,3 mil metros quadrados de área construída e 385 metros quadrados de área verde, além de coberta, instalações elétricas, pavimentação, instalação de gradil, drenagem, passeios e instalações hidrossanitárias.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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INCERTEZA

No momento em que visitava a obra, o JC se deparou com a comerciante Maria José de Luna, de 65 anos. Ela buscava informações sobre seu futuro no Cais. “Eu trabalhei 15 anos nessa área, com alimentação. Há três anos me colocaram em um barraco de tábua, que não aguentava uma chuvinha. E os ladrões me roubavam tudo: mercadoria, bebida, freezer, bujão... acabei tendo de sair para cuidar de meu filho que se operou e me viro vendendo frutas para não passar fome”, relatou.

O coordenador da obra, Iraquitan Reis, afirma que os comerciantes cadastrados vão receber um quiosque, inclusive os que não permaneceram nas bancas improvisadas, no Cais. “Mas a distribuição segue a lógica do projeto, onde há áreas para alimentação, serviços, feirantes...”.

Na parte sem obra ainda se vê muita sujeira, degradação e são muitas as reclamações de prostituição, roubos e tráfico de drogas. Um posto policial está previsto após a conclusão do projeto, segundo o secretário. “Por enquanto trabalhamos com a Guarda Municipal”.

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