Para 120 crianças carentes de 7 a 14 anos que moram em comunidades próximas de Casa Forte, o legado de padre Edwaldo Gomes, que há 47 anos estava à frente da Paróquia de Casa Forte e foi enterrado nesta quinta, tem nome e endereço: a Casa da Criança Marcelo Asfora, que funciona em um imóvel ao lado do salão paroquial, na Praça de Casa Forte, desde fevereiro de 1991. É lá que eles recebem reforço escolar, alimentação (café e almoço), acompanhamento médico, odontológico e psicológico.
“A casa proporciona uma vida melhor para muitas crianças. Com a partida de padre Edwaldo, temos obrigação de mostrar para a sociedade que a entidade vai sobreviver, que não deixaremos morrer o que ele criou”, destacou a assistente social Aparecida Figueiredo, uma das que ajudou a criar a casa. “Sentiremos falta do seu zelo, do seu carinho com as crianças. Mas não é hora de chorar e sim de agradecer a Deus por padre Edwaldo ter fundado a Casa da Criança Marcelo Asfora”, comentou a vice-presidente da instituição, Gilvane Costa.
Durante mais de 30 anos, a paróquia também manteve a Creche Beneficente Menino Jesus, criada para receber filhos das trabalhadoras da área e municipalizada no ano passado, quando atendia a 180 crianças de até 7 anos.
Entre as ações da paróquia ainda há grupos como os Samaritanos, com 160 jovens que entregam alimentos aos mais carentes em nove roteiros toda quarta-feira. “Ele abria as portas de casa para guardar os materiais”, diz a estudante Maria Fernanda Mendonça, 20 anos, integrante do grupo. “O legado que deixa pra gente é de amar ao próximo e mudar a vida das pessoas”, afirma o estudante Ramon Siqueira, 25, outro participante de ações sociais.
Padre Edwaldo estava em coma desde o dia 22 de junho, após um infarto. Seu corpo foi velado durante toda esta quinta, sendo enterrado no Cemitério de Santo Amaro às 18h20.