Detentos recebem diagnóstico e tratamento contra a tuberculose

Até maio de 2017, foram registrados 2.647 baciloscopias com 137 casos confirmados
Editoria de Cidades
Publicado em 24/07/2017 às 13:48
Até maio de 2017, foram registrados 2.647 baciloscopias com 137 casos confirmados Foto: Foto: Arquivo JC


Detentos do sistema prisional do Estado terão a oportunidade de ter diagnóstico precoce da tuberculose e tratamento para os que já apresentam a patologia. O serviço, que tem o objetivo de quebrar a cadeia de transmissão da patologia, é oferecido pelo Laboratório de Diagnóstico em Tuberculose (TB). A assistência é disponibilizada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por meio da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). Os exames serão realizados no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).

Voltado para a detecção de casos novos de TB, o serviço é destinado aos presos do Cotel, da Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (CPFAL), Presídio de Igarassu (PIG), e das três unidades de Itamaracá: Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) e Penitenciária Professor Barreto Campelo (PPBC).

O material é coletado nos pacientes e encaminhado ao Cotel para a realização do exame de baciloscopia do escarro, responsável por detectar as diversas fontes de infecção; teste rápido molecular, que define o DNA do bacilo, e, em casos mais específicos, o genexpert, análise complementar com capacidade de detectar a presença do bacilo causador da doença em apenas duas horas e identificar se a pessoa tem resistência ao antibiótico indicado para o tratamento.

Diariamente são realizados entre 25 a 30 exames de baciloscopia nos detentos de todas as unidades e os casos confirmados seguem, de imediato, para tratamento na unidade de origem. Até maio de 2017, foram registrados 2.647 baciloscopias com 137 casos confirmados. Um farmacêutico, um sanitarista e dois técnicos de laboratório compõem a equipe do setor. “O laboratório é de fundamental importância para evitar a transmissão da tuberculose no sistema penitenciário", afirma o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues.

O laboratório do Centro foi criado em 2012, com recursos do Fundo Global, com a proposta de diagnosticar os casos novos da doença que chegavam à unidade, conhecida como “porta de entrada” para o sistema penitenciário de Pernambuco por realizar a triagem de presos provisórios. O serviço foi impulsionado em 2015 com a expansão para outros estabelecimentos prisionais.

Doença

Está em fase de implantação o exame de cultura de tuberculose. Duas estufas e uma cabine de segurança biológica já foram doadas pelo Ministério da Saúde e Laboratório Central da Secretaria Estadual de Saúde (Lacen/SES). A previsão é que até o final de agosto todos os detentos das unidades já assistidas tenham acesso ao método bacteriológico. “Passamos de 200 para 600 exames/mês desde a criação do laboratório e vamos ampliar ainda mais esse quantitativo com a chegada da cultura. Estamos caminhando para que o laboratório do Cotel se torne centro de referência para o sistema prisional”, aposta o sanitarista e técnico do laboratório, Leonardo Oliveira da Silva.

 A TB é uma doença infectocontagiosa causada pelo Bacilo de Koch que afeta principalmente os pulmões, podendo ocorrer em outros órgãos do corpo como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Sua transmissão se dá por via aérea na maioria dos casos através de tosse, fala ou espirro da pessoa infectada.

TAGS
sistema prisional Pernambuco tuberculose
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory