Um ano e quatro meses depois de retirar o parklet que havia instalado na Rua do Futuro, em frente ao Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, a prefeitura volta a apostar na ideia de trocar vagas de estacionamento por uma área de convivência em madeira reciclada e vai inaugurar um novo equipamento no local, nos próximos dias. A instalação de parklets foi regularizada por decreto em 16 de junho de 2015, mas até hoje nenhum outro ganhou as ruas da cidade. Apesar disso, o município não vê a iniciativa como um fracasso.
“Pelo contrário. O parklet da Jaqueira foi um sucesso, vivia cheio. E quando o retiramos (em março de 2016), porque estava desgastado pela ação do tempo, muita gente ligou pedindo sua volta”, afirma a secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça. “A procura por informações para instalação foi grande, acredito que os projetos não se concretizaram pelo momento de crise, mas a expectativa é que a iniciativa possa se expandir agora.”
O antigo parklet chegou à Jaqueira em outubro de 2014 e muitos usuários reclamaram que a madeira era frágil. “Agora estamos usando uma madeira mais resistente e com menor distanciamento no piso, pois acumulava lixo. Aprendemos com nossos erros”, salienta Ana Paula. “Ele foi produzido pela Ecohus Projetos (braço do Grupo Ecohus Brazil), que investiu cerca de R$ 15 mil”. A peça ocupa duas vagas de carro e é composta por jardineiras laterais e bancos. Ela está sendo preparada com verniz para receber a ação do sol e da chuva, devendo começar a funcionar no final de semana.
A comerciante de frutas Valéria de Almeida, 52 anos, acredita que o parklet deve melhorar o movimento, porque os clientes se sentam. “Já acertamos que vamos nos revezar na limpeza, vamos fazer tudo o que pudermos, pois é muito bom pra gente”, declara.
O casal Paulo Fernando, 73, e Graça Machado, 62, diz que usava pouco o parklet, mas aprova a ideia, cobrando mais fiscalização. "A ideia é boa, moderna, é um conforto a mais para quem usa o parque. Mas, como tudo nesse país, só funciona se houver fiscalização, pois as pessoas deixam tudo sujo, não sabem usar”, diz.
Já o administrador Carlos Eduardo Barbosa, 35, não se anima. “Não gostei, achei arriscado, a rua é movimentada, passa ônibus. A ideia é boa, mas acho que só funciona em vias mais tranquilas. A opinião das estudantes Laís Souza, 14, e Flávia Pedrosa, 15, é a mesma. “É perigoso, não queremos usar”, dizem.
Os pedidos de instalação e manutenção de parklets podem ser feitos por pessoa jurídica ou física, na Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. Os equipamentos podem ter bancos, mesas, cadeiras, guarda-sóis, vasos de plantas, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outro s elementos de mobiliário com função de lazer, recreação ou de manifestações artísticas. O uso deve ser público. Portanto, mesmo disponibilizando um parklet, um estabelecimento não pode restringir seu uso.