Grande Recife pode ter novos aterros sanitários

Soluções integradas para tratamento do lixo serão detalhadas em plano a ser contratado pelo Estado
Cidades
Publicado em 15/08/2017 às 7:07
Soluções integradas para tratamento do lixo serão detalhadas em plano a ser contratado pelo Estado Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


De que forma os municípios do Grande Recife podem dar o tratamento adequado ao lixo que produzem? As soluções para essa questão deverão ser diagnosticadas pelo Plano Executivo Metropolitano de Resíduos Sólidos, que teve contratação de sua segunda etapa autorizada nesta segunda pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, com a liberação de R$ 1,9 milhão pela pasta. A primeira etapa foi concluída em 2014, com um estudo dos problemas na destinação do lixo. Agora, buscam-se soluções integradas.

Em visita ao Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Candeias, na Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, o ministro destacou a importância de se detalhar formas de transporte, tratamento e utilização do lixo. E, apesar de haver a possibilidade de construção de novos aterros sanitários regulares, descartou a hipótese de que eles sejam públicos. “Não existem recursos para isso”, afirmou. “Vamos fazer o plano e depois sentar com as prefeituras envolvidas e a iniciativa privada, para que haja o devido planejamento das soluções". As medidas que forem acertadas podem vir a receber novos recursos federais.

O plano está sendo coordenado pela Secretaria das Cidades do Estado, deverá ser elaborado em seis meses e abrange os municípios de Paulista, Abreu e Lima, Itapissuma, Itamaracá, Araçoiaba, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno e Recife. A capital, por exemplo, trata cerca de 70 toneladas de lixo por mês na CTR Candeias, a mais de 20 quilômetros de distância, o que aumenta muito o custo do tratamento, que é de R$ 40 por tonelada, e poderia ser otimizado se houvesse um aterro mais próximo.

“É preciso buscar a melhor forma de equilibrar o sistema, não dá para ter solução individual”, salienta o secretário nacional de saneamento, Olavo Andrade. “Vamos definir se a região metropolitana precisa de mais um aterro, se são dois, o local adequado, a distância, terrenos disponíveis, a melhor tecnologia a ser utilizada, se é para produzir energia, reutilizar o lixo. Resíduo vale dinheiro em muitas partes do mundo”.

O gerente-geral da CTR Candeias, Fábio Zorzi, lembra que a empresa surgiu em 2007, com o fechamento do lixão da Muribeca, e hoje trata uma média de 3,5 mil toneladas de lixo por dia, mas não trabalha com reciclagem. O material é espalhado, compactado e enterrado, havendo sistema de drenagem para tratamento do chorume antes do descarte.

“Recebemos resíduos do Recife (70 mil toneladas/mês), Jaboatão (23 mil toneladas), Cabo (4 mil) e Moreno (1 mil tonelada), além de clientes privados, tudo dentro das exigências legais”, declara Fábio. “E temos intensão de expandir, mas por enquanto não há projeto para isso”. Com previsão de mais dez anos de vida útil do seu terreno, a CRT pretende começar a vender energia, a partir do biogás produzido com a destruição do metano (um dos gases causadores do efeito estufa), no ano que vem.

ATERROS

O tratamento do lixo em aterros regulares é determinação legal, mas dos 184 municípios pernambucanos apenas 66 utilizam os aterros, muitos ainda têm lixões. Na semana passada, o município de Olinda no Grande Recife, fechou o lixão de Aguazinha e voltou a fazer o tratamento de 400 toneladas de lixo diárias na CTR de Igarassu, por exigência da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). O plano de resíduos também é determinação legal e quem não se adequar vai deixar de receber recursos federais para o setor.

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