Seis estudantes do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) correm o risco de serem expulsos da instituição. A recomendação foi feita por uma Comissão de Inquérito instaurada ano passado para apurar a depredação do prédio e o sumiço de equipamentos durante as ocupações, que duraram cerca de dois meses, em protesto contra medidas do governo federal. O relatório é analisado agora pela procuradoria jurídica da universidade.
“O que foi apurado não foi a questão da ocupação. Não há nessa recomendação nenhum tipo de perseguição ou criminalização do movimento”, destacou Lenita Almeida, chefe de gabinete da UFPE. Segundo ela, o relatório aponta e recomenda a expulsão dos alunos com base nos danos causados ao patrimônio. “Muitos equipamentos e livros desapareceram, portas foram arrombadas e pichações feitas pelo prédio”, detalhou.
A comissão que avaliou os danos ao CAC é formada por três profissionais, sendo dois professores e um técnico. Não foram fornecidos detalhes sobre as circunstâncias que apontam para os seis nomes da lista.
O número de recomendações de expulsão, no entanto, pode aumentar. Isso porque outros dois processos estão em aberto. O primeiro diz respeito a depredações no CFCH, semelhantes às que ocorreram no CAC. O segundo apura as agressões sofridas por professores durante sessão do Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão (CCEPE), que tratou do calendário acadêmico.
Dos 11 edifícios da universidade ocupados no Estado, apenas o CAC e o CFCH foram alvos de investigação.
Para os estudantes, não há provas que condenem os acusados. Segundo eles, a comissão criada pela reitoria da UFPE teria o único intuito de perseguir os alunos e optou por condenar aqueles ligados aos diretórios acadêmicos como forma de intimidação, para evitar futuras manifestações.
De acordo com a UFPE, os seis jovens continuam frequentando as aulas normalmente, já que nenhuma decisão foi tomada. A reportagem entrou em contato com todos os envolvidos, mas o grupo de estudantes ainda iria se reunir com advogados para debater a situação.