A partir desta segunda-feira (11), a astronomia é o centro das atenções do Espaço Ciência e do Observatório da Sé, ambos em Olinda. Até o dia 15, várias atividades e oficinas marcam a Semana da Astronomia que, este ano, tem como mote o conhecimento dos povos antigos e indígenas. “Observar o céu, orientar-se pela posição dos astros, marcar a passagem do tempo: dia e noite, meses, anos, estações sazonais… Tudo isso é parte do conhecimento das mais diferentes civilizações. Precisamos resgatar essa nossa relação com o cosmos”, afirma o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão.
A observação do céu está entre as atrações da Semana da Astronomia. Tanto no Espaço Ciência quanto no Observatório da Sé, a observação do sol poderá ser feita a partir de telescópio equipado com filtro. Na Sé, o visitante pode observar ainda a lua, que estará em fase minguante, e planetas como Saturno, Mercúrio e Júpiter. Entre as constelações, as mais visíveis serão Cruzeiro do Sul, Centauro, Escorpião, Virgem, Boieiro, Coroa Austral, Triângulo Austral, Lobo e Compasso.
A montagem e o lançamento de foguetes estão entre as atrações. Quem participa da programação, tanto no Espaço Ciência quanto no Observatório da Sé, é o professor Antônio Carlos Miranda, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), recentemente homenageado pela Câmara Municipal do Recife. Ele é responsável pelo projeto Desvendando o Céu Austral, que ajuda a popularizar o conhecimento astronômico no estado. “Miranda é o nosso Marcgrave contemporâneo”, afirma Pavão.
As constelações indígenas e o conhecimento dos povos antigos são temas de várias das atividades realizadas durante a semana. No Espaço Ciência, duas oficinas resgatam a observação dos astros para medir o tempo e prever fenômenos meteorológicos.
Os visitantes poderão construir um relógio solar usando apenas papelão, caneta e cola. Com ele, poderão observar a posição da sombra projetada pelo sol e, a partir dela, descobrir a hora. Poderão também construir um Observatório Indígena com pedrinhas e papelão, para prever as estações sazonais e fenômenos como Solstícios e Equinócios.
No Planetário, eles poderão observar a projeção de constelações indígenas e perceber que cada povo vê o céu de uma forma diferente. O que no Planetário é visto em forma de projeções, no Observatório da Sé poderá ser observado pelo telescópio. Durante a Semana, estarão visíveis constelações indígenas como as da Ema ou Avestruz Branca (Iandutim), dos Povos Tupinambá/Guarani, e da Anta do Norte, dos povos do Norte do Brasil.
Outros aspectos da astronomia também serão abordados. A Teoria da Gravitação Universal poderá ser melhor compreendida a partir da construção de um modelo de poço gravitacional que simula a deformação da estrutura do espaço–tempo a partir de um corpo denso. A atividade será realizada tanto no Espaço Ciência quanto no Observatório da Sé.
Conhecer melhor as fases e movimentos da lua, em demonstração realizada no Espaço Ciência, é mais uma opção. E no Observatório da Sé, é possível construir um espectroscópio caseiro, instrumento destinado a separar os componentes de um espectro óptico e que ajuda cientistas a descobrir a composição química dos planetas e estrelas.
Realizada geralmente em setembro, a Semana da Astronomia lembra o mês de nascimento do alemão George Marcgrave, que fundou, no Recife, o primeiro Observatório das Américas, fazendo de Pernambuco uma referência histórica no que se refere à astronomia.
Serviço:
O Espaço Ciência funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h; e sábados e domingos, das 13h30 às 17h.
O Observatório da Sé está aberto de terça a domingo, das 16h às 20h.
Entrada gratuita