O universitário João Victor de Oliveira Leal, 25 anos – responsável pelo acidente que matou três pessoas e deixou duas gravemente feridas, no domingo, na Tamarineira, Zona Norte do Recife – responderá por lesão corporal leve, ameaça e constrangimento contra dois vizinhos, em um inquérito que foi retomado nesta quarta-feira (29), na Delegacia de Peixinhos, em Olinda, no Grande Recife, previsto para ser encaminhado à Justiça na próxima segunda-feira (4). O casal que fez a denúncia, no dia 18 de agosto, havia desistido de seguir com o caso, mas hoje, a convite do delegado Eronides Alves de Menezes Júnior, decidiu continuar o processo e já prestou depoimento.
A dona de casa Maria Zélia Santiago, de 31 anos, e o namorado, Felipe Leal Chaves, não quiseram falar com a imprensa. O advogado Alexandre Medeiros explicou que a desistência se deu por medo, após ameaças de morte por parte de João Victor. “Também houve morosidade da polícia”, alegou. “Mas o casal tem intenção de levar o caso à frente, haja vista a periculosidade de João Victor em conviver na sociedade”.
Na queixa, o casal conta que tentou sair de casa (em frente ao prédio do universitário), mas o veículo de João Victor, uma caminhonete, estava mal estacionado e atrapalhando a saída. Então, Felipe pediu ao porteiro para chamá-lo a fim de retirar o carro. “Ele já chegou chamando palavras de baixo calão”, relata o advogado. Em meio à discussão, o universitário teria empurrado a mulher, que machucou o antebraço. “Eles conseguiram fechar o portão. Do lado de fora, João Victor dizia que ia matar os dois”.
A polícia negou morosidade, afirmando que “o fato da parte ter aberto mão do processo impede qualquer ação da polícia, já que agressão é um crime que exige a denúncia da vítima”. E salientou que foi o delegado quem convidou o casal a retomar o processo – exposto na última terça-feira (28) no Facebook, com grande repercussão, devendo ouvir testemunhas até esta quinta-feira (30).
A assessoria da Polícia Civil informou que o laudo sobre a lesão corporal já está em posse do delegado, que também produziu um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) contra João Victor por injúria, relativo a uma discussão que os dois homens tiveram uma semana antes, também por conta do carro. Em entrevista ao JC, o pai do rapaz, o empresário Bruno de Oliveira Gomes Leal, 51 anos, disse que houve a discussão, mas sem agressões.