O jovem João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, de 25 anos, dirigia a 108 km/h o Ford Fusion que atingiu o Toyota RAV4 conduzido, a 30 km/h, pelo advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46, no dia 26, na Tamarineira, Zona Norte do Recife. No acidente, morreram a mulher do advogado, Maria Emília Guimarães, 39 anos; seu filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, 3; e a babá grávida de três meses Roseane Maria de Brito, 23. Ele e a filha de 5 anos continuam internados. Laudo pericial constatando as velocidades faz parte do inquérito que foi remetido nesta segunda-feira (4) ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). João Victor pode pegar até 70 anos de prisão.
O resultado das investigações será apresentado às 10h desta terça-feira (5), pelo delegado Paulo Jeann, em coletiva à imprensa, na sede da Polícia Civil, na Boa Vista, Centro do Recife. A informação inicial do delegado era de que indiciaria João Victor por triplo homicídio e lesão corporal dupla grave, além de solicitar renovação de sua prisão preventiva, cujo prazo vence nesta quarta.
Na coletiva, será detalhado se o crime foi considerado doloso (quando se assume o risco) ou culposo (sem intenção) e apresentadas as perícias realizadas. Não foi feito exame toxicológico, para saber se João Victor havia consumido outra droga além do álcool, porque havia passado o tempo para isso. No dia do acidente, o motorista havia feito apenas o teste do bafômetro, que apontou 1,03 miligrama de álcool por litro de sangue, quando o aceitável é 0,05 miligrama.
João Victor está preso preventivamente no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. A Justiça negou pedido inicial de seu advogado para que ele trocasse o presídio por uma clínica de tratamento para pessoas com dependência química. A família afirma que ele já foi internado duas vezes, em 2014 e 2016.
Amigo que prestou depoimento à polícia informou que eles beberam um litro de uísque em uma hora e Victor ficou passando mal, instantes antes do acidente, por volta das 19h30. Ele teria sido deixado pelos amigos dormindo no carro, com a chave na ignição para que o ar-condicionado ficasse ligado.
Em alta velocidade, Victor avançou o sinal vermelho, no cruzamento da Avenida Rosa e Silva com Rua Cônego Barata, atingindo a lateral do carro da família Motta Silveira. Morreram a servidora do Tribunal de Justiça Maria Emília Guimarães Silveira, 39 anos, o filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, 3, e a babá Roseane Maria de Brito, 23, que estava grávida. Miguel e a filha Marcela ficaram gravemente feridos.