Quatro meses e meio depois da morte do empresário Leonardo Henrique Buarque Spinelli, de 34 anos, em uma briga de trânsito em Aldeia, Camaragibe, no dia 28 de outubro do ano passado, o acusado pelo crime, o aposentado Adalberto Ferreira da Silva, 66, continua foragido e não compareceu à primeira audiência de instrução do caso, ontem, na 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe. Ao todo, seis testemunhas de acusação e cinco de defesa foram ouvidas pela juíza Marília Falcone.
A viúva de Leonardo, a psicóloga Alexsandra de Assis Cruz, foi a primeira a ser ouvida na audiência. Ela estava no carro com o marido e a filha do casal, de 3 anos, quando ocorreu o crime. Eles voltavam de uma festa. "A gente estava subindo a Estrada de Aldeia e ele descendo, em zig-zag. O carro dele invadiu nossa faixa e bateu na lateral do nosso. Achamos que ele teria parado mais à frente e fizemos a volta, mas ele não parou. Leonardo foi atrás, emparelhou e ele respondeu que não fez nada, com uma voz de bêbado. Eu pedi para deixar para lá, mas Leonardo achou que o homem podia fazer algo pior. Quando o carro parou em uma lombada, meu marido desceu e foi em sua direção perguntando se ele viu o que tinha feito e levou um tiro no peito”, relata.
Adalberto fugiu, mas foi identificado pela polícia e se apresentou dois dias depois, mas se livrou do flagrante. Disse que vinha da casa de amigos, que não tinha bebido e que a vítima teria sido a responsável pela colisão e ainda o teria perseguido e chutado a porta do seu carro, por isso atirou.
Não haverá novas audiências. O Ministério Público (MPPE) tem cinco dias para as alegações finais e logo depois a defesa terá o mesmo prazo.