Com 10 anos de atuação no Corpo de Bombeiros, o sargento Carlos César Santana, 34 anos, não hesitou em entrar no mar de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no último domingo, para resgatar o estudante José Ernesto Ferreira da Silva, 18, vítima de um ataque de tubarão.
O salva-vidas não estava usando o repelente de tubarão e mesmo assim arriscou a sua vida para retirar o rapaz da água. José Ernesto morreu na madrugada desta segunda-feira no Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife. Foi o sargento Santana que também participou do resgate de Pablo Diego Inácio de Melo, atacado no mesmo local em 15 de abril. Pablo teve uma mão e uma perna amputados.
“Estava perto de terminar o serviço. Avistei o rapaz (José Ernesto) numa área de risco. Quando me deslocava para pedir para ele sair da água houve o ataque. Eu já estava dentro do mar. Percebi que dava para entrar e corri para retirá-lo. Não dá pra pensar muito, meu objetivo é salvar vidas, é o meu trebalho. Não daria tempo para pegar o repelente”, relatou o bombeiro.
O repelente de tubarão é um sensor que emite ondas eletromagnéticas num raio de até cinco metros para proteger quem o usa. Fica preso no tornozelo da pessoa. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco tem 10 aparelhos, um para cada posto de salvamento existente entre a Praia de Zé Pequeno (Bairro Novo), em Olinda, até a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho.