Todas as crianças internadas na enfermaria pediátrica do Hospital Barão de Lucena (HBL) já passaram por exame que descartaram a presença da bactéria multirresistente KPC (sigla para Klebsiella pneumoniae carbapenemase), detectada em seis pacientes do setor (inclusive um recém-nascido), que foram isolados nesta quinta. Cinco estão separados fisicamente em três ambientes e um permanece na enfermaria, com isolamento de contato, ou seja, afastado das outras crianças. A informação é do diretor-geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, que visitou o hospital ontem.
“Nenhuma das seis crianças está infectada, apenas colonizada, ou seja, para elas o risco é menor. Mas a transmissão é feita de qualquer jeito, então fomos ao hospital verificar se todos os protocolos indicados pela Anvisa estão sendo adotados e constatamos que sim”, informa Brito. “Como não há um tratamento específico para a colonização, os infectologistas acham que não deve ser aplicado antibiótico, então os pacientes estão recebendo medicamento apenas para a doença base”.
De acordo com Brito, assim que fiquem curadas das doenças que as levaram ao hospital, as crianças poderão ir para casa. Mas nenhuma tem previsão de alta. “Vamos continuar monitorando, o risco da infecção não é descartado, a bactéria pode cair na corrente sanguínea, mas é difícil acontecer, as medidas de controle são muito rígidas e a KCP entrou no HBL por meio de pacientes”.
A KPC faz parte de um grupo de microrganismos imunes a múltiplos antibióticos, inclusive aos melhores medicamentos disponíveis para tratar bactérias multirresistentes. Ela pode causar infecções da corrente sanguínea e pneumonia. Em 2014, a superbactéria contaminou dez crianças da Unidade de Terapia Intensiva neonatal do HBL, mas todas ficaram bem.