Pernambuco: intoxicações e envenenamentos crescem em 2018

Acidentes com animais peçonhentos, medicamentos e 'chumbinho' aumentaram 8% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2017
JC Online
Publicado em 26/07/2018 às 15:35
Acidentes com animais peçonhentos, medicamentos e 'chumbinho' aumentaram 8% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2017 Foto: Foto: Miva Filho / Secretaria Estadual de Saúde


O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE), responsável por auxiliar profissionais de saúde com pacientes que sofreram acidente com produtos tóxicos ou animais peçonhentos, registrou 1.775 atendimentos nos primeiros seis meses de 2018. Este número é 8% maior que o do ano passado, quando foram feitos 1.631 casos. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta quinta-feira (26).

O principal tipo de ocorrência são as picadas de escorpião. De janeiro a junho, foram 674 casos registrados, contra 610 no mesmo período de 2017. As principais vítimas deste tipo de acidente são crianças de até 4 anos de idade. Foram 145 ocorrências com pessoas nessa faixa etária.

Segundo o Ceatox, o principal cuidado que se pode tomar em um acidente com escorpião é lavar o local da picada com água e sabão. É preciso, também, procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde com soro antiescorpiônico disponível.

Na Região Metropolitana do Recife, o soro pode ser encontrado no Hospital da Restauração (Recife), Hospital Jaboatão-Prazeres (Jaboatão dos Guararapes) e Hospital João Murilo (Vitória de Santo Antão). No interior, nos hospitais regionais de Limoeiro, Palmares, Garanhuns, Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Salgueiro, Ouricuri e Petrolina, além do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

Para diminuir os riscos deste tipo de acidente, a SES orienta a população a prestar atenção em entulhos e lixo que estejam próximos à residência. Os ralos de banheiro devem ser constantemente limpos. Buracos e frestas existentes devem ser tapados. É preciso evitar a presença de insetos e baratas, principal alimento dos escorpiões. Caso seja verificada a presença do animal na residência, a Secretaria orienta o morador a procurar a vigilância ambiental do município para que seja solicitada uma visita ao imóvel.

Serpentes

Acidentes com serpentes também têm uma alta demanda no Ceatox. Este ano foram 322 casos atendidos pelo Centro. Diferente dos casos com escorpiões, a faixa etária mais afetada é a dos jovens adultos, de 20 a 39 anos. A recomendação nestas ocorrências é, também, lavar o local da picada com água e sabão. A procura por um centro médico com o soro antiofídico também tem de ser imediata.

No Estado, o antídoto está disponível no Recife (Hospital da Restauração), Caruaru (Hospital Mestre Vitalino), Arcoverde (Hospital Ruy de Barros Correia), Serra Talhada (Hospital Prof. Agamenon Magalhães), Salgueiro (Hospital Inácio de Sá), Ouricuri (Hospital Fernando Bezerra) e Petrolina (Hospital Universitário).

Chumbinho

O chumbinho é um agrotóxico usado ilegalmente como veneno para ratos. O Ceatox registrou 171 acidentes com essa substância em 2018. É um número 15% menor em relação ao ano passado, com 203 casos. Contudo, o número de mortes causadas por esse tipo de acidente foi o mesmo nos dois anos: 21.

Segundo o Centro, esse agrotóxico não é eficiente contra colônias de ratos. Além de ser um veneno extremamente perigoso para seres humanos. O simples contato com a pele é o suficiente para intoxicar. Ingerir o produto, dependendo da quantidade, pode causar a morte em poucas horas. Procurar uma unidade de saúde nestes casos é fundamental.

Medicamentos

No primeiro semestre, o Ceatox atendeu 608 pessoas intoxicadas por medicamentos. Desses casos, 156 foram com crianças entre 1 e 4 anos. O número de acidentes envolvendo crianças nessa faixa etária aumentou em relação ao ano passado, que registrou 145 casos. De acordo com a Ses, os remédios devem ser guardados em locais onde as crianças tenham dificuldade para acessar, diminuindo os riscos deste tipo de acidente.

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