Morreu na noite dessa quinta-feira (9), Pai Carlos de Xangó, um dos mais importantes representantes da religião de matriz africana em todo o estado. Segundo informações dos familiares, o babalorixá faleceu aos 65 anos vítima de um câncer de estômago.
O representante lutava contra a doença há cerca de dois anos. Pai Carlos sempre foi um defensor do Candomblé e lutou contra a intolerância religiosa.
Em entrevista a TV Jornal, no início deste ano, Pai Carlos se pronunciou contra a ação de um homem que havia sido preso por ser o suspeito de matar pessoas para realizar um ritual de magia negra. O babalorixá afirmou que em nenhuma religião de matriz africana existe sacrifício de ser humano.
“Nós cultuamos o Candomblé, cultuamos a força viva da natureza, Oxum, cultuamos Oxalá, que representa a paz. A paz para o mundo, que é isso que nos apelamos dia a dia para acabar a violência e também essa discriminação com a nossa raiz africana", declarou.
O velório, que será aberto ao público, terá início às 8h desta sexta-feira (9) no Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O sepultamento está marcado para as 16h.
Pai Carlos era famoso pelas suas previsões sobre política, celebridades, futebol e todos os assuntos que se esperavam para o ano seguinte.
No final do ano passado, também em entrevista a TV Jornal, o babalorixá fez várias previsões a partir dos búzios. Em algumas, ele acertou ao afirmar que Jair Bolsonaro seria eleito presidente da república.
Uma das polêmicas mais conhecidas de Pai Carlos diz respeito a um boi que não teria sido pago pelo Sport. O clube rubro-negro teria prometido o animal em troca de ajuda para vencer a final do Campeonato Pernambucano de 2011, ante o Santa Cruz.
O boi não foi pago e o Santa acabou sagrando-se campeão daquele ano.