Na orla há diversos quiosques fechados pela manhã. Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
Morador de Boa Viagem, Alexandre de Queiroz Bezerra, considera a falta de segurança o principal problema da orla. O quiosque que ele frequenta tem banheiro e a prefeitura mantém pessoal na limpeza. “Porém, o sanitário é péssimo e sempre tem alguma coisa quebrada porque colocam equipamentos de residência para um uso quase industrial”, destaca Alexandre Queiroz.
O comerciante do quiosque de número 45, Alexsandro Bezerra de Paula, pede mais policiamento e fiscais. “Sem fiscalização, ciclistas saem da ciclovia e pedalam no calçadão, colocando crianças que brincam na orla em perigo”, alerta. “Com pouco policiamento, meu quiosque foi arrombado seis vezes este ano”, ressalta. Segundo ele, ladrões invadiram diversas barracas.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Polícia Militar informa que intensificou o policiamento na orla do Pina e de Boa Viagem, com 19º batalhão e apoio de unidades especializadas. “Esse trabalho tem conseguido resultados robustos, com a redução de 76,19% nos assaltos no local. Há mais de três meses não há registro de arrombamento de quiosques”, diz o texto.
Quiosques A insuficiência de banheiros e a precariedade dos quiosques não passam despercebidos por frequentadores do calçadão, afirma o comerciante da orla Raphael Barsotti. “Escuto muita reclamação de moradores e visitantes”, comenta. “A estrutura dos quiosques está caindo, não é só uma lona ou uma madeira, mas sim o mármore. Telhados desabaram, a viga central está inchando e os lambris se soltando”, relata Raphael.
“Infelizmente, a orla do Recife é a pior do Nordeste e do Brasil, já fez dez anos da última reforma no calçadão e há dois anos esperamos a nova reforma”, acrescenta Raphael Barsotti. O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, disse que não estão previstas grandes intervenções para a orla do Pina e de Boa Viagem , no momento.
A prefeitura tem realizado ações rotineiras de manutenção e melhoria da infraestrutura, declara o secretário. Sobre os quiosques, João Braga, informa que a Associação de Barraqueiros apresentou à secretaria projeto arquitetônico com novo modelo para os estabelecimentos. A proposta, diz ele, é válida, mas o município não tem recursos para executar a obra. “Autorizamos os barraqueiros a procurarem parceiros na iniciativa privada há uns seis ou oito meses”, afirma.
Para Milton Donizete, morador de Boa Viagem, a recuperação dos bancos e dos quiosques é importante. No entanto, não é só isso que falta na orla, sublinha o paulista radicado no Recife desde o ano passado. “Sempre ouvi falar muito da Praia de Boa Viagem e foi decepcionante chegar aqui e constatar que a orla deixa de funcionar a partir das 3 horas da tarde, 80% dos quiosques fecham e não tem nada para se fazer no calçadão no fim da tarde e à noite, não tem atividades de lazer nem atrações artísticas”, lamenta Milton Donizete.