Mesmo antes do verão, que se inicia oficialmente em 22 de dezembro, algumas cidades já registraram, neste ano, as mais altas temperaturas desde que a Agência Pernambucana de Águas e Clima começou a medi-las, em março de 2010. Por isso, o Jornal do Commercio trouxe um levantamento dos recordes de temperaturas em todas as cidades monitoradas pelo órgão em Pernambuco.
Na última semana, foram constatados os valores de 40,7ºC em Floresta, 40,1ºC em Petrolina, 39,5ºC em Salgueiro, 39,5ºC em Cabrobó, 37,3ºC em Arcoverde e 36ºC no Brejão. No Agreste, a cidade de Surubim registrou 36º C. Já no Grande Recife, o recorde ficou por conta de São Lourenço da Mata, com 35ºC. Estas foram as maiores temperaturas registradas nestas cidades do Sertão.
Em 2016, a cidade sertaneja de São José do Egito obteve, no mês de março, sua maior temperatura até os dias de hoje: 37,8ºC; assim como Carpina, na Mata Norte do Estado, que bateu os 36,1ºC em dezembro do mesmo ano.
O recorde da cidade do Recife foi registrado em 2015. No mês de outubro, os termômetros da capital pernambucana bateram os 37,7ºC. Em Olinda, localizada na Região Metropolitana, a máxima foi de 39.2. No mesmo ano, Serra Talhada e Ouricuri, ambas no Sertão, chegaram aos 41,3ºC, junto a Garanhuns, que registrou 34,7ºC.
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Agreste:
Surubim: 38,8ºC em novembro de 2019
Brejão: 36ºC em novembro de 2019
Ipojuca: 37.6ºC em outubro de 2015
Garanhuns: 34.7ºC em novembro de 2015
Caruaru: 35.9ºC em novembro de 2015
Vertentes: 38.9ºC em dezembro de 2015
Cupira: 37.4ºC em janeiro de 2014
Zona da Mata:
Carpina: 36.1ºC em dezembro de 2016
Região Metropolitana:
Recife: 37.7ºC em outubro de 2015
Olinda: 39.2ºC em outubro de 2015
Goiana: 37.3ºC em outubro de 2013
Sertão:
Arcoverde: 37,3ºC em dezembro de 2019
Floresta: 40.7ºC em dezembro de 2019
Salgueiro: 39,4ºC em dezembro de 2019
Cabrobó: 39,5ºC em dezembro de 2019
Petrolina: 40,1ºC em novembro de 2019
São Jose do Egito: 37.8ºC em março de 2016
Araripina: 40ºC em novembro de 2015
Serra Talhada: 41.3ºC em novembro de 2015
Ouricuri: 41.3ºC em novembro de 2015
Serra Talhada: 41.3ºC em novembro de 2015
Salgueiro: 39.9ºC em novembro de 2014
Afranio: 39.4ºC em março de 2013
Belém do São Francisco: 38.5ºC em março de 2013
No Sertão de Pernambuco, as temperaturas máximas ocorrem nos meses de novembro e dezembro, por anteceder o período chuvoso, que inicia em janeiro e vai até abril. “Em novembro, o tempo é mais aberto, com céu claro. Mas a partir de dezembro a quantidade de nuvens começa a aumentar, e os índices de umidade também. Assim, o tempo se torna mais nublado e a temperatura tende a cair”, explicou Roni Guedes, meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
De acordo com o especialista, as temperaturas no Grande Recife ainda vão aumentar ao longo do mês de dezembro. Neste ano, o maior valor de temperatura registrado na Região Metropolitana foi de 33,8ºC, um grau acima do ano passado, que obteve 32,8ºC de máxima. O valor ainda é superior ao recorde de temperaturas das cidades litorâneas em 2015, quando a Agência mediu 36,7ºC.
O programa Casa Saudável da TV Jc conversa, nesta segunda-feira (9), com as dermatologistas Deborah Castro e Vanessa Nóbrega sobre os riscos da exposição inadequada ao sol, que está mesmo mais forte e, por isso, precisamos de proteção intensa contra a desidratação, o cansaço, as queimaduras e o câncer de pele. Confira:
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Em novembro, o Jornal do Commercio publicou uma série de reportagens especiais sobre o clima no semiário nordestino, as dificuldades a serem superadas e os exemplos da boa convivência com a seca.
O semiárido do futuro pode estar nascendo num projeto instalado no Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), uma escola de ensino técnico em Ibimirim, a 339 km do Recife. Lá, numa área de pouco mais de 24 metros quadrados, foi instalada uma unidade do projeto Ecolume que, anualmente, consegue produzir 192 quilos de peixe, 730 ovos de galinha, 816 unidades de vegetais, 200 mudas nativas e 4,8 mil quilowatts-hora (kWh) de energia. E isso ocorre usando a água da chuva acumulada numa cisterna.
No quadrado de 24 metros quadrados somente as aves ficam em contato com o solo, mas à sombra, porque acima do galinheiro estão os canos, nos quais os vegetais são cultivados e, em cima deles, as placas fotovoltaicas. Depois de circular por todo o sistema, o líquido é depositado numa caixa d’água em que são cultivados os peixes. E a matéria orgânica (fezes) dos peixes vai para um minhocário, servindo, posteriormente, de alimento para as aves. “Aqui, não sobra nada. Não há lixo. Os vegetais sem condições de serem consumidos são oferecidos aos animais”, conta o coordenador de Inovação Tecnológica do Serta, Sebastião Alves dos Santos, também professor de agroecologia, biólogo e inventor.