A escravidão devia ser apenas um triste episódio da humanidade, mas ainda não ficou no passado. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), 776 pessoas vítimas de trabalho forçado foram resgatadas em Pernambuco entre 2003 e 2018. É por isso que nesta terça-feira (28), no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza uma ação em conjunto com o MPT no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), para alertar sobre esse crime.
Os municípios com maior incidência de trabalhadores migrantes no Estado foram Maraial, Zona da Mata; Águas Belas e Limoeiro, ambos no Agreste. A presidente da comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal de Pernambuco, Luciana Lima, explica como acontece o ludibriamento que leva pessoas a serem vítimas do crime.
"Muitas vezes as pessoas são convidadas para uma proposta de trabalho e não têm o cuidado de se informar se a empresa é idônea, se o contrato é válido e quais são as condições. Então elas se submetem à um trabalho forçado, em que você é deslocado para uma região que você não conhece e lá sofre ameaças físicas e psicológicas, sem condições de sair", disse Luciana.
Para evitar o trabalho em jornadas excessivas, além do previsto na legislação, contrair dívidas forçadas e ficar preso ao empregado, a presidente afirma que, antes de aceitar o emprego, é necessário tomar algumas precauções. "Primeiro deve procurar informações sobre a empresa que está contratando, saber que tipo de trabalho vai realizar, qual é a jornada de trabalho, qual é o salário, e se tem um contrato", alertou.
Não apenas a vítima da escravidão pode denunciar, mas qualquer pessoa que tome conhecimento do crime. Para delatar, basta ligar para o monitoramento de denúncias de violação de direitos humanos, o disque 100, que funciona 24 horas e todos os dias da semana; entrar em contato com o Ministério Público do Trabalho através do seu site ou 191 da PRF que, nesse caso, irá contatar os órgãos de fiscalização ao trabalho.