Ação da PRF faz alerta no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

Entre 2003 e 2018, 776 pessoas vítimas de trabalho forçado foram resgatadas em Pernambuco
Katarina Moraes
Publicado em 28/01/2020 às 8:12
Entre 2003 e 2018, 776 pessoas vítimas de trabalho forçado foram resgatadas em Pernambuco Foto: Foto Ilustrativa: Nelson Almeida/AFP


A escravidão devia ser apenas um triste episódio da humanidade, mas ainda não ficou no passado. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), 776 pessoas vítimas de trabalho forçado foram resgatadas em Pernambuco entre 2003 e 2018. É por isso que nesta terça-feira (28), no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza uma ação em conjunto com o MPT no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), para alertar sobre esse crime.

Os municípios com maior incidência de trabalhadores migrantes no Estado foram Maraial, Zona da Mata; Águas Belas e Limoeiro, ambos no Agreste. A presidente da comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal de Pernambuco, Luciana Lima, explica como acontece o ludibriamento que leva pessoas a serem vítimas do crime.

"Muitas vezes as pessoas são convidadas para uma proposta de trabalho e não têm o cuidado de se informar se a empresa é idônea, se o contrato é válido e quais são as condições. Então elas se submetem à um trabalho forçado, em que você é deslocado para uma região que você não conhece e lá sofre ameaças físicas e psicológicas, sem condições de sair", disse Luciana.

Para evitar o trabalho em jornadas excessivas, além do previsto na legislação, contrair dívidas forçadas e ficar preso ao empregado, a presidente afirma que, antes de aceitar o emprego, é necessário tomar algumas precauções. "Primeiro deve procurar informações sobre a empresa que está contratando, saber que tipo de trabalho vai realizar, qual é a jornada de trabalho, qual é o salário, e se tem um contrato", alertou.

Denúncia

Não apenas a vítima da escravidão pode denunciar, mas qualquer pessoa que tome conhecimento do crime. Para delatar, basta ligar para o monitoramento de denúncias de violação de direitos humanos, o disque 100, que funciona 24 horas e todos os dias da semana; entrar em contato com o Ministério Público do Trabalho através do seu site ou 191 da PRF que, nesse caso, irá contatar os órgãos de fiscalização ao trabalho.

TAGS
trabalho escravo Polícia Rodoviária Federal
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory