Cumprindo a tradição de encerrar o Carnaval Pernambucano, o bloco Camburão da Alegria – organizado pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros – realiza neste domingo (5) seu 25º desfile. A novidade está em seu trajeto: ele deixa o Recife para arrastar os foliões da cidade de Olinda, num acordo assinado por representantes do município e da PM.
Olinda Quero Cantar é o tema do desfile que celebra os 25 anos do Camburão, além de comemorar a estreia na Cidade Patrimônio. O prefeito Professor Lupércio Nascimento e o artista plástico Silvio Botelho, criador de bonecos gigantes, são os homenageados de 2017.
Seguindo o mesmo itinerário das Virgens do Bairro Novo, a concentração do Camburão começa às 11h na Praça 12 de Março, em um percurso de cinco quilômetros pela Avenida Getúlio Vargas, seguindo pelas vias mais próximas, exigindo bloqueios móveis e itinerantes. A prefeitura promete agentes de trânsito em pontos estratégicos para orientar a população.
Entre as atrações, o DJ Jadson começa o “Esquenta Avenida”. Em seguida, a Orquestra de Frevo da PM puxa o bloco trazendo em cinco trios elétricos artistas como Valter de Afogados, Paulo Pecado, Banda Luará, Marquinhos Balada, João do Morro.
O Camburão foi criado em 1992 por policiais e bombeiros que de plantão nos dias de folia e não podiam brincar na festa oficial. Nos primeiros anos, o desfile acontecia na orla de Boa Viagem, Zona Sul. E aos poucos, se fixou no calendário para encerrar a folia do Recife.
Em 2014, saiu da Avenida Boa Viagem – berço de micaretas já extintas como Recifolia e Bloco da Parceria – para a Avenida Dantas Barreto, seguindo o trajeto do Galo da Madrugada. Na edição de 2016, que viria ser a sua despedida do Recife, homenageou o cantor Getúlio Cavalcanti e levou seis trios elétricos para o Corredor da Folia.
Em janeiro, a Prefeitura do Recife anunciou que a volta a Boa Viagem, como os organizadores desejavam, seria impossível porque a avenida está restrita a quatro eventos anuais: rèveillon, Parada da Diversidade, Marcha para Jesus e Marcha em Defesa da Vida. “Já havíamos decidido desativar o bloco, quando fomos convidados pela Prefeitura de Olinda. Somos gratos, porque hoje o Camburão não é apenas de policiais. Ele foi abraçado pela sociedade e é do povão”, destaca o presidente da agremiação, coronel José Almeida.