Nas ladeiras de Olinda, já é Carnaval. Os blocos pelas ruas, as fantasias, a cerveja "3 por 10" e os diferentes sotaques não deixam mentir. Nesta sexta-feira (21), turistas e pernambucanos começaram a chegar aos casarões na Cidade Alta, para curtir a festa que, oficialmente, inicia neste sábado (22).
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Dois mil e vinte não é qualquer ano para a turma da "Casa da Instiga". O grupo de amigos completa uma década de Carnaval olindense. Este ano, serão 38 hóspedes, vindos de diferentes Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além dos pernambucanos. A organização é das amigas Mirella Avelino, 30, e Tayse Figueiredo, 31. Moradoras do Recife, a professora e a fisioterapeuta tiveram a ideia de alugar uma casa no principal polo da folia após uma saia-justa que passaram há dez anos. "Viemos com o grupo de amigos e acabamos nos perdendo. Não tinha táxi nem ônibus pra voltarmos para casa. Decidimos que no ano seguinte iríamos ficar por aqui", conta Tayse.
No primeiro ano, foram onze pessoas, mas o número só fez crescer nos Carnavais seguintes. Há três anos, o endereço da folia é um casarão próximo à Igreja de São Pedro Mártir de Verona, no Carmo. Em dez anos, o grupo já contou com participantes de dentro e de fora do País. "Só temos sempre o cuidado de chamar pessoas que sejam amigas ou conhecidas de amigos", conta Mirella. Para ela, muito mais do que curtição, Carnaval é cultura. "Carnaval é a dança, o ritmo, os blocos. Cada um tem a sua vibe. Eu gosto dos mais tranquilos, como o Soul Delas, mas aqui também tem gente que curte brincar o Eu Acho É Pouco, a Macuca...", afirma. Para celebrar os dez anos, o grupo criou um estandarte, que sairá às ruas da Cidade Alta.
O analista jurídico Rodrigo Souza, 27, chegou nesta sexta-feira a Olinda, vindo de Fortaleza, no Ceará. Ele e mais de 30 pessoas dividirão o endereço, próximo aos Quatro Cantos, até a Quarta-feira de Cinzas. "Vamos para os camarotes Olinda e Parador. Também queremos acompanhar o Homem da Meia Noite e o Galo da Madrugada. Vir para Pernambuco e não ir para o Galo não tem como", afirma Rodrigo. Foi o auxiliar jurídico, que já veio a Pernambuco ano passado, quem convenceu o amigo Miqueias Dantas, 29, a passar o Carnaval em Olinda. "Acabei de chegar, mas já quero voltar no próximo ano", brincou o administrador.
A piauiense Flor de Maria Oliveira, 66 anos, mora no Amparo há cerca de três décadas. Na época do Carnaval, a residência vira um verdadeiro "quartel do frevo", com amigos e parentes que chegam do Piauí e de Pernambuco. "Seremos mais de vinte neste Carnaval", conta ela, que não imagina a folia de Momo sem cerveja e o mais pernambucano dos ritmos: o frevo. Juntos, eles são a "Turma da Saideira", que até faixa em frente a residência e bloco de Carnaval ganhou. O "Sem Rumo, Sem Direção", completa em 2020 23 anos de folia. "Todos na família são apaixonados pelo Carnaval", confessa Flor.