Aplicativo permite avaliar acessibilidade de espaços públicos e privados do Recife

O aplicativo é aliado da campanha #Nada atrapalha meu caminho, lançada nessa terça-feira, em São Paulo
Mayra Cavalcanti*
Publicado em 20/07/2016 às 8:10
O aplicativo é aliado da campanha #Nada atrapalha meu caminho, lançada nessa terça-feira, em São Paulo Foto: Foto: Mayra Cavalcanti/NE10


Um aplicativo que avalia, dando notas de 0 a 5, os espaços públicos e privados das cidades brasileiras, do ponto de vista da acessibilidade. Este é o BioMob, criado há um ano. Em parceria com o app, a Advil lançou, nessa terça-feira (19), em evento realizado em São Paulo, a campanha #Nada atrapalha meu caminho, com o objetivo de incentivar o movimento pela mobilidade. 

Em Recife, cerca de 20 estabelecimentos já foram analisados. Podem receber notas, lugares como bares, restaurantes, academias, teatros, shoppings, hotéis e parques. Para avaliar, o usuário precisa observar se o local obedece à norma NBR 9050, que estabelece as regras de acessibilidade para edificações. Calçada, entrada, banheiro e sinalizações são alguns dos itens aos quais o avaliador deve ficar atento.

Participaram do evento de lançamento da campanha o arquiteto especialista em acessibilidade, Mário Cezar da Silveira; o gerente do grupo de produtos da Pfizer Consumer Healthcare, Elio Dilburt; o sócio-fundador do BioMob, Rodrigo Credidio e o atleta paralímpico Fernando Fernandes. Segundo Rodrigo, já existe um diálogo com a Prefeitura do Recife para fomentar a avaliação dos espaços públicos (e turísticos) da cidade, como o Marco Zero, no bairro do Recife Antigo, área Central.

"O nosso papel, enquanto ferramenta, é cutucar o poder público e mostrar o que está bom ou não no quesito acessibilidade. Queremos tirar as pessoas com deficiência da reclusão, mas, para isto, eles precisam saber se os espaços estão aptos a recebê-los ou não", diz. Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País conta com 45,6 milhões de pessoas com deficiência; 20,5 milhões de idosos e 18,7 milhões com obesidade mórbida.

Para o arquiteto Mário Cezar, pensar em acessibilidade é pensar nas diferenças humanas. "Leis não fazem mudar. Tem que haver uma mudança interna, de paradigma", afirma. Ele explica que, até os locais históricos e tombados, como a Cidade Alta de Olinda, é possível tornar acessíveis. "Um importante exemplo de acessibilidade aliada à preservação do patrimônio histórico aconteceu no projeto que a arquiteta Ângela Carneiro da Cunha fez em Olinda, em 2008", declara.

Mário Cezar comenta também que qualquer pessoa pode passar a sofrer com a falta de acessibilidade, como quando se torna idosa ou grávida e precisa empurrar um carrinho. Um exemplo é o modelo e atleta paralímpico Fernando Fernandes, que precisou da ajuda de cadeira de rodas após sofrer um acidente de carro há sete anos. "Deficiência física não é incapacidade. Deficientes todos nós somos. Mas incapazes, não", relatou.

O aplicativo BioMob é gratuito e está disponível para ser baixado em dispositivos com iOS e Android. Qualquer pessoa pode contribuir e fazer avaliações.

MUTIRÃO - No próximo dia 28, será realizado um mutirão de avaliação de locais utilizando o BioMob, em São Paulo. Após um treinamento, a população está convidada a ir às ruas e dar notas aos lugares sobre a acessibilidade. A ação vale também para as outras cidades brasileiras, em que as pessoas poderão utilizar o app para fazer avaliações. 

*A jornalista viajou a convite da Pfizer Consumer Healthcare

TAGS
jc trânsito acessibilidade Recife Aplicativo biomob
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory