Um protesto na manhã desta terça-feira (11) contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STF) em considerar inconstitucional uma Lei do Ceará que regulamenta a prática de vaquejadas no Estado tomou as ruas do bairro do Prado, na Zona Oeste da Região Metopolitana do Recife (RMR). Os manifestantes ficaram concentrados no Jockey Clube de Pernambuco a partir das 7h e saíram pela Avenida Abdias de Carvalho por volta das 10h20 com destino à BR-232.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao chegarem na rodovia seguiram pelo acostamento em direção a Caruaru, no agreste do Estado.
Na última quinta-feira (6), uma resolução do STF tornou ilegal a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava a prática no estado. Com essa determinação, a vaquejada passou a ser considerada uma atividade associada aos maus-tratos a animais e, consequentemente, pode ser proibida em todo Brasil.
Segundo Sílvio Valença Filho, presidente da Asociação de Criadores de Quarto de Milha em Pernambuco (ACQM-PE), a reivindicação pretende mostrar a essência do evento. "Muito mais que ir contra a decisão do STF, nós queremos mostrar efetivamente o que é a vaquejada. Eles não tem acesso ao que é, a evolução que teve. Só de empregos diretos são gerados 150 mil, mais 650 mil indiretos", afirmou. Questionado sobre a fiscalização desses eventos, Valença foi taxativo. "A probição dá espaço para clandestinidade. A gente tem um Termo de Cooperação Técnica junto ao poder público para evitar os maus tratos e esse compromisso é um balizador de como devem ser as vaquejadas", argumentou.
Outros protestos estão sendo organizados pelo interior do Estado de Pernambuco, como no munícipio de Cachoeirinha, onde são produzidos acessórios usados em vaquejadas. Pessoas ligados ao movimento em Caruaru, Carpina, Garanhuns e Petrolina também se juntam contra a decisão do STF. Já em sessão na Câmara, em Brasília, o deputado federal pernambucano João Fernando Coutinho defendeu a prática deste evento nessa segunda-feira (10).