A determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), de que haja 50% da frota dos ônibus circulando no Recife e Região Metropolitana durante horário de pico (5h às 9h e 16h às 21h) no período da greve só será cumprida pelo Sindicato dos Rodoviários (STTREPE) nesta quarta-feira (5). A entidade, segundo o presidente Benilson Custódio, só foi notificada oficialmente pela justiça nesta terça (4).
De acordo com o último balanço realizado pelo Grande Recife Consórcio de Transportes, na manhã desta terça, 36% dos veículos estavam nas ruas do Grande Recife. Na hora do pico, esse índice foi menor ainda - 27% segundo o órgão gestor dos ônibus, sendo aumentado gradativamente. Após a audiência de conciliação realizada no começo da tarde desta terça, Benilson declarou que vai fazer o índice ser cumprido, "para ter o direito da legalidade da greve assegurado".
Muitos usuários do sistema de BRT afirmam que as estações do serviço andam fechadas e os veículos sem circular. Questionada sobre o assunto, a Urbana-PE, sindicato que representa as empresas de ônibus, negou o assunto: "Há alguns BRTs rodando". A quantidade reduzida, segundo a entidade, é porque nem todo motorista é apto para conduzir o veículo tipo BRT. "O motorista de BRT é treinado especificamente, por o veículo ter muita coisa diferente. Se ele não aparece, não dá pra colocar outro no lugar", concluiu.
Pela manhã, inúmeros foram os relatos de passageiros com problemas. No Terminal da Macaxeira, Zona Norte do Recife, o segurança Ewerton Luiz, por volta das 6h30, disse que aguardava transporte há uma hora. Na Zona Oeste, Érika Ferreira, om um filho nos braços, penou no TI Barro: "Saí de Igarassu. Faz mais de meia hora que não passa ônibus para me levar até Coqueiral".
Já em Paulista, o TI Pelópidas Silveira está fechado. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte, os terminais das extremidades, como o Igarassu e o Abreu e Lima, foram priorizados. E como as linhas que levam os usuários para os bairros não estão operando, em virtude da greve, o TI Pelópidas foi desativado. O equipamento normalmente é utilizado por cerca de 69 mil pessoas todos os dias.
Caberá ao plenário do TRT definir o percentual que motoristas, cobradores e fiscais de ônibus terão de reajuste salarial. O julgamento será nesta quarta-feira (05), a partir das 14h. A reivindicação dos grevistas é de reajuste de 7% no piso salarial e 20% no vale-alimentação.
"Tentamos todos os meios de negociar, mas por intransigência do patronato, não chegamos a um acordo. Eles querem implantar novas cláusulas sem oferecer nada em troca, o que seria prejudicial ao trabalhador. Vamos aguardar o julgamento do dissídio pelo TRT", comentou o presidente do sindicato dos rodoviários, Benílson Custódio.
Já Fernando bandeira, presidente da Urbana, declarou: "Temos que esperar o julgamento do dissídio amanhã pelos desembargadores. A obrigação, após o julgamento, é todos voltarem ao trabalho, é o que manda a legislação".