Mobilizados pelo quarto dia consecutivo, ambulantes que trabalham na Rua Direita, no bairro de São José, voltaram a protestar no Centro do Recife, na manhã desta sexta-feira (6). Desde terça-feira (3), quando tiveram seus produtos apreendidos pela secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc), eles fazem mobilizações na área.
Na manifestação, eles bloquearam o cruzamento entre a Avenida Dantas Barreto e a Rua Tobias Barreto com a queima de pneus. A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) fez desvios no tráfego local pela faixa direita da Avenida Nossa Senhora do Carmo.
Na terça-feira, os ambulantes fizeram um primeiro protesto por causa da apreensão dos produtos. Nessa quarta-feira (4), o foco da manifestação foi a Avenida Nossa Senhora do Carmo, no mesmo bairro, a qual os trabalhadores do comércio informal bloquearam os dois sentidos.
“Há um projeto maior a ser apresentado nos próximos dias. Os 130 ambulantes da área cadastrados serão realocados para o Centro Comercial do Cais de Santa Rita, mas não há lugar para os que chegaram de última hora e não vamos abrir mão do projeto por conta de um pequeno grupo de desordeiros que vai responder pelos crimes que está cometendo”, afirmou o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, em entrevista à edição do JC desta quinta-feira (5).
Segundo a prefeitura, 30 camelôs foram retirados das ruas Direita e da Penha (cujos acessos receberam estacas de ferro para impedir a passagem de carroças) e os demais tiveram locais demarcados, provisoriamente, até que a obra do Cais seja concluída
Conforme a Semoc, há 4,1 mil ambulantes cadastrados no Recife, mas não há informação sobre quantos atuam sem cadastro. Desde 2013, o município vem fazendo o ordenamento desse pessoal em vários pontos. No Centro, além do Cais de Santa Rita (que está em obras há quatro anos, devendo ficar pronto até dezembro) a prefeitura reformou um anexo ao Mercado de São José para receber vendedores de ervas, sementes e bombons (faltando apenas a aquisição dos quiosques). Outros dois shoppings populares anunciados não têm previsão de ficarem prontos, só um entrou em obras (na Rua da Saudade) mas parou por falta de verbas.