Após a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os enfermeiros e técnicos de enfermagem que protestavam na Avenida Agamenon Magalhães, na área central do Recife, nesta quarta-feira (12), desobstruíram a via. O protesto, que travou o Recife, durou quase 12 horas.
A Agamenon Magalhães foi desobstruída por volta das 20h, depois da chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que deu três minutos para que a interdição fosse encerrada. A categoria passou a ocupar a calçada em frente ao Hospital da Restauração. Entretanto, alguns voltaram para pista local da Agamenon e sentaram. Momentos depois, a polícia lançou bombas de efeito moral.
Após a ação da PM na via, segundo a categoria, o presidente do Satenpe, Francis Herbert, foi levado em uma viatura para a Central de Plantões da Capital, no Campo Grande, Zona Norte do Recife. Os profissionais também informaram que uma manifestante precisou de atendimento médico por conta de spray de pimenta.
Negociações e próxima assembleia
Às 17h30 desta quarta-feira (12), a comissão de negociação do sindicato e representantes das secretarias de Administração e da Saúde do Estado se reuniram. Após o encontro, o vice-presidente do Satenpe, Gilberto Flávio, informou que, durante a reunião, o governo reconheceu que precisa discutir os salários da categoria. Ele também criticou a ação da Polícia Militar na Avenida Agamenon Magalhães. "O ponto crucial dessa negociação foi pedir ao governo que desse a garantia de que os grevistas não seriam perseguidos ou teriam pontos descontados. Só neste ponto, a redação do governo não ficou a contento da comissão e nós trouxemos para a assembleia, para mostrar que o governo tem má intenção com os trabalhadores. O episódio de hoje foi lamentável, a postura da polícia foi lamentável", disse.
A categoria promete fazer uma nova assembleia na quinta-feira (13), mas não se posicionou sobre novas interdições. "Amanhã [quinta-feira, 13], às 7h, nós estaremos fazendo uma assembléia aqui e vamos fazer plantão na delegacia para dar apoio ao nosso presidente", explicou o vice-presidente do Satenpe.
Essa é a oitava manifestação do grupo em três semanas, que reclama melhores condições de trabalho e salários, além de reposição de 10 anos sem reajuste, segundo o Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (Satenpe).