Conselhos deverão investigar médicos por uso de toxina botulínica

PF pede que Justiça envie dados aos órgãos de classe para possibilitar a punição na esfera ética
Do JC Online
Publicado em 28/04/2012 às 11:44
PF pede que Justiça envie dados aos órgãos de classe para possibilitar a punição na esfera ética Foto: Foto: Bernardo Soares/JC Imagem


A Operação Narke, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no último dia 3, resultou no indiciamento de 55 pessoas, entre médicos, distribuidores e comerciantes ilegais de toxina botulínica, que tem entre suas marcas mais conhecidas o Botox. Desse total, 28 médicos pernambucanos foram indiciados por atentado a saúde pública e responderão em liberdade. Para que os médicos sejam punidos também no âmbito profissional, a PF solicitou à Justiça o compartilhamento da identidade dos acusados com os conselhos de classe, como o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

"Até o julgamento, nada impede que os médicos indiciados continuem atuando. A PF enviou formalmente um documento para a Justiça pedindo que os nomes dos médicos sejam compartilhados com os órgãos de classe, como o Cremepe. Dessa forma, serão responsabilizados também na esfera administrativa e ética", informou o Chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários, Humberto Freire de Barros. Além dos 28 médicos pernambucanos indiciados, outros 15 profissionais de saúde responderão pela ameaça à vida dos pacientes.

Entre eles, nove médicos e um dentista atuavam na Paraíba e três médicos aplicavam a toxina botulínica clandestinamente no Piauí. Já em São Paulo e no Rio Grande do Norte, a polícia identificou um médico adepto à máfia na capital paulista e um em Natal. Os profissionais podem receber pena de 10 a 15 anos de reclusão. Também responderão à Justiça oito distribuidores do medicamento ilegal, sendo dois deles atuantes em Pernambuco, e quatro contrabandistas que traziam de países asiáticos a substância pronta para a aplicação.

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