Há ônibus nas ruas, mas população reclama de demora

Atualizada às 11h44

A manhã desta segunda-feira (28) começou com ônibus nas ruas. A expectativa era grande por conta da greve dos rodoviários, iniciada nesta segunda, mas, pelo menos nas primeiras horas, vários coletivos são vistos nas ruas do Grande Recife. De acordo com o Urbana-PE, sindicato das empresas de ônibus, cerca de 66% da frota dos ônibus estão nas ruas da Região Metropolitana do Recife (RMR). Mesmo assim, algumas pessoas têm entrado em contato com o Jornal do Commercio através das redes sociais e de telefonemas para informar dificuldades na hora de pegar o coletivo para seguir ao trabalho.

Para piorar, por volta das 7h40 motoristas começaram a parar os ônibus e se recusar a seguir viagem. No Complexo Salgadinho, os coletivos que seguem de Olinda para o Recife pararam os ônibus no lado direito da pista e os usuários se viram obrigados a descer e seguir o resto do trajeto andando. Alguns, inclusive, esvaziaram os pneus dos ônibus. O mesmo acontece no Terminal Integrado de Xambá. Os motoristas pararam os coletivos na entrada do terminal e esvaziaram os pneus dos coletivos.

Para evitar que os motoristas parassem os ônibus no Centro do Recife e, dessa forma, travassem completamente o trânsito do cidade, agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) montaram pontos de bloqueio em alguns cruzamentos que levam ao Centro. São eles: Rua Dom Bosco com Conde da Boa Vista; Ponte do Limoeiro com a Rua da Aurora; Cruz Canugá com Avenida Norte; Cruz Cabugá com Mário Melo; Rua do Príncipe com Gervásio Pires; Gervásio Pires com Conde da Boa Vista; Cais de Santa Rita; Ponte Velha com Rua da Aurora.

Integrantes do movimento grevista interditaram a via que dá acesso à Estação do Barro, na Zona Oeste do Recife. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a ação começou às 7h54. Os manifestantes atearam fogo em entulhos, impedindo a entrada na estação. A Polícia Militar está no local para controlar a situação.

Muita gente informa que a quantidade de ônibus está reduzida e, por conta disso, a dificuldade. "Em Piedade, tem ônibus, mas muita demora pra passar e os que passam não tem como entrar", disse a internauta Claudinha Renata, através do Facebook do JC (facebook.com/JCjornaldocommercio). A também internauta Cássia de Souza disse que passou uma hora e meia esperando um coletivo e, quando o ônibus passou, estava lotado e não tinha como entrar. "Estou desde às 6h20 esperando e só passaram 2 ônibus, totalmente lotados e queimando a parada por não ter mais condições de entrar ninguém. Decidi voltar para casa", relatou a internauta Sandrinha Santos.

Também há reclamação de demora maior que o habitual nos terminais integrados da Joana Bezerra, na área central do Recife, e da Macaxeira, na Zona Norte da capital.

Por conta da greve, o  Metrorec informou ter reforçado a quantidade de trens para suprir a falta dos coletivos. A linha Centro, 16 trens estão fazendo o trajeto, com intervalo médio de quatro minutos. Na linha Sul há mais metrôs que o habitual e o intervalo também foi reduzido.

A greve foi decretada na última sexta-feira, após uma fracassada negociação entre os trabalhadores e os patrões. Diante da possibilidade de caos, uma liminar foi expedida determinando que 100% dos rodoviários fossem para as ruas nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 20h). Nos demais horários a exigência do órgão é que pelo menos 50% dos ônibus circulem. O Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana disse que iria cumprir a decisão, mas muita gente acredita que o grupo vai sair das garagens e parar os ônibus em grandes cruzamentos, atrapalhando o tráfego.

Os rodóviários reivindicam aumento de 10% no salário e pedem ainda que o valor do tíquete-alimentação, de R$ 171, seja reajustado para R$ 320. Os empresários oferecem 5% de aumento no salário e no tíquete, proposta recusada pela categoria. Atualmente motoristas recebem salário de R$ 1.605, cobradores R$ 738 e fiscais R$ 1.037.

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