MPPE recomenda suspensão de obra no entorno do Casarão da Várzea

Medida foi tomada após início da demolição da caixa d'água localizada ao lado do imóvel
JC Online
Publicado em 28/09/2016 às 19:54
Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou, na tarde desta terça-feira (28) a suspensão imediata da obra de construção de um pátio para feirantes na área do Casarão da Várzea, no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste do Recife. O impasse ocorreu após o início da derrubada da caixa d’água que fica anexa ao prédio considerado Imóvel Especial de Preservação (IEP).

Integrantes do Movimento Salve o Casarão da Várzea acionaram o MPPE, que recomendou a imediata suspensão da obra, até que todos os esclarecimentos sejam prestados. Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou, ontem à noite, que ainda não havia sido notificada da decisão, mas garantiu que a demolição do reservatório foi autorizada pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC), mesmo órgão responsável pelo parecer em favor da classificação do casarão em IEP.

DEMOLIÇÃO

A derrubada da caixa d’água começou na manhã desta terça-feira, por volta das 10h. Parte do muro que cerca o casarão também foi demolido. Após protestos no local, a polícia foi acionada e os serviços, suspensos. À tarde, integrantes do movimento se reuniram com o promotor Ricardo Coelho, da Promotoria de Meio Ambiente da Capital, que recomendou a paralisação da obra no entorno do casarão.

“Nada pode ser demolido, uma vez que o imóvel e todo o seu entorno foi considerado IEP. Já há no Ministério Público, inclusive, uma investigação aberta para apurar o abandono do prédio principal. Agora eles nos informaram que também vão investigar essas demolições”, afirmou Priscila Tamar, integrante do grupo Salve o Casarão da Várzea.

A Prefeitura do Recife nega que o projeto do pátio da feira esteja sendo executado sem a prévia consulta da comunidade. Segundo a PCR, os ambulantes foram cadastrados pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc).

“O espaço beneficiará mais de 50 comerciantes com 40 boxes de feira livre, 13 boxes fixos, banheiros públicos masculino e feminino, setor administrativo e uma nova caixa d’água que atende às normas técnicas vigentes”, diz a nota encaminhada à imprensa. Em relação à derrubada do reservatório, a prefeitura afirmou que a obra recebeu parecer favorável da Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural.

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Prédio do antigo Hospital odontológico Magitot, na Várzea, Zona Oeste do Recife, continua desabando - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Hospital Magitot, de odontologia, funcionou no bairro da Várzea (Recife) nas décadas de 1950 e 1960 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Moradores da Várzea limpam quintal do antigo Hospital Magitot e cobram da PCR restauro do prédio - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Coletivo Salve o Casarão da Várzea mantém atividades no pátio externo do prédio desde abril/2016 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Horta plantada no quintal do antigo Hospital Magitot pelo Coletivo Salve o Casarão da Várzea - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Horta plantada no quintal do antigo Hospital Magitot pelo Coletivo Salve o Casarão da Várzea - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O Magitot, na Praça da Várzea, no Recife, foi o primeiro hospital odontológico da América do Sul - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Coletivo Salve o Casarão da Várzea pede à PCR a obra de restauração do antigo Hospital Magitot - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

 

PRIMEIRO HOSPITAL ODONTOLÓGICO DA AMÉRICA DO SUL

Prédio é um raro exemplar da memória arquitetônica da cidade. Abrigou, entre as décadas de 50 e 60 do século passado, o Hospital Odontológico Magitot, primeiro do gênero na América do Sul, e único representante do estilo chalé romântico com dois andares na capital. Apesar de histórico, o imóvel está abandonado há mais de 40 anos.

Em 2015, o prédio foi classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP). Três meses depois, a prefeitura anunciou a construção de um mercado público no pátio externo do casarão. As intempéries consomem o que resta das portas, janelas e gradis que “ornamentam” o imóvel.

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