A educadora, historiadora e poetisa Marieta Borges Lins e Silva faleceu neste domingo (15), aos 80 anos, vítima de câncer, no Hospital Memorial São José, no Recife. Ex-secretária de Educação e também de Cultura de Olinda, Marieta era a responsável pelo resgate documental da história do arquipélago de Fernando de Noronha. O velório será nesta segunda-feira (16), a partir das 7h, na Igreja do Carmo, em Olinda, e será aberto. Às 11h será celebrada uma missa. Já o sepultamento será às 14h na Ordem Terceira da Igreja de São Francisco, também no Sítio Histórico, reservado à família e aos amigos mais próximos.
A historiadora Marieta Borges escreveu a mais completa obra existente sobre o arquipélago de Fernando de Noronha. O livro “Fernando de Noronha, Cinco Séculos de História” foi lançado inicialmente numa edição comemorativa pela Companhia Energética de Pernambuco e depois republicado, de forma ampliada, pela Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. Com quase 600 páginas, a obra detalha não só as belezas naturais mas também toda a história do conjunto de ilhas que já foi presídio, base de guerra, destacamento militar, território nacional e atualmente é distrito estadual de Pernambuco. O administrador do distrito de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, decretou luto oficial por três dias na ilha.
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Foi em 1974 que Marieta iniciou sua pesquisa sobre o Noronha. A princípio seu objetivo era subsidiar as aulas de história dos professores da Escola Arquipélago. Aos poucos apaixonou-se de tal forma pelo lugar que mergulhou a fundo no levantamento, reuniu imagens e documentos até na Torre do Tombo, em Portugal; entrevistou ex-presos políticos, antigos moradores e pessoas que serviram na ilha. O projeto de pesquisa contou com o apoio de várias instituições ao longo dos anos - Secretaria de Educação do Estado, Universidade Federal de Pernambuco, Forças Armadas e desde que o arquipélago foi anexado pelo Estado de Pernambuco, ganhou uma divisão especial na Administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, onde Marieta exercia a função de encarregada pelo resgate documental da história da ilha.
Seu primeiro livro sobre o tema foi “Fernando de Noronha, Lendas e Fatos Pitorescos”, que serviu de enredo à Estação Primeira de Mangueira no Carnaval de 1995. Também organizou o Memorial Noronhense, museu localizado na Vila dos Remédios, centro histórico da ilha principal; além de ter mapeado os principais monumentos e trilhas do local; reunindo documentos e imagens históricas no acervo existente no Escritório da Administração do Distrito Estadual.