Foi bonito ver o Bairro do Recife tomado, na manhã deste domingo (18), por pessoas vestidas de cor-de-rosa que, ao percorreram rotas entre 2,5 km e 10 km, levantaram a bandeira da conscientização da detecção precoce do câncer de mama, que mata cerca de 12 mil brasileiras todos os anos – o equivalente a 2,5% das mortes femininas no Brasil. A cada passada, os participantes da 1ª Corrida Imip e Avon contra o Câncer de Mama uniram forças para mostrar que têm um poder imenso como multiplicadores dessa causa.
Ao todo, foram inscritos oficialmente cerca de 1,4 mil pessoas. Entre elas, aquelas que têm o hábito de correr como uma paixão e uma forma de adotar um estilo de vida saudável, mas também outras pessoas que quiseram compartilhar a informação de que o câncer de mama pode ser vencido. Juntaram-se a elas outras pessoas que, mesmo sem kit da corrida, foram ao Centro da cidade apoiar a iniciativa, realizada pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em parceria com o Instituto Avon e o Núcleo Especializado em Oncologia e Hematologia (Neoh), no bairro da Boa Vista, área central da cidade.
Veja como foi o momento da largada da #CorridaContraOCâncer. #TemQueTerPeito #OutubroRosa pic.twitter.com/lBPNRRvHsY— Jornal do Commercio (@jc_pe) 18 outubro 2015
“Atividades como as corridas contra o câncer de mama ajudam a despertar na população a consciência coletiva para o diagnóstico precoce do tumor”, diz a oncologista Jurema Telles, do Imip e do Neoh. O depoimento da médica mostra como a ampla participação da população em torno de movimentos voltados para a detecção precoce da doença faz com que cada pessoa se sinta responsável para disseminar informações que ajudam a derrubar mitos em torno do assunto. Atividades desse tipo também encorajam as mulheres a não abrirem mão do compromisso de realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos.
Foi graças aos exames de rotina que a funcionária pública Maria Eduarda Antunes, 43 anos, descobriu o câncer de mama há três meses. Ela recebeu o diagnóstico numa fase bem inicial do tumor, quando as chances de cura chegam a 90%, segundo a literatura médica. “O câncer ainda estava pequeno quando recebi a notícia do médico. Fiz a retirada e a reconstrução da mama na mesma cirurgia. Vim para a corrida porque decidi abraçar essa causa e ajudar a despertar nas mulheres a responsabilidade de fazer os exames periódicos”, conta Maria Eduarda, que levou para o Bairro do Recife uma amiga, uma sobrinha e uma irmã.
Clima de #OutubroRosa na Ponte Maurício de Nassau. #CorridaContraOCâncer pic.twitter.com/01EdUUZQ0L— Jornal do Commercio (@jc_pe) 18 outubro 2015
Crianças também fizeram parte do um universo de pessoas que mostraram, na manhã deste domingo, como a coletividade é uma arma valiosa para as mulheres mudarem de atitude em relação à saúde das mamas. O trio de estudantes Lorena, 10, Beatriz, 10, e Ana Luíza, 9, fizeram caminhada acompanhada dos pais. As mães optaram pela corrida de 10 km. A mãe de Lorena, a coordenadora pedagógica Lídia Santos, 47, venceu o câncer de mama há um ano. Passou por todas as etapas do tratamento, virou corredora e percorreu as ruas do Recife para mostrar como é importante quebrar tabus, superar barreiras e mostrar que o câncer de mama pode ser vencido.
A corrida é uma das 600 mobilizações promovidas em todo o Brasil pelo Instituto Avon para marcar o Outubro Rosa. A entidade realiza uma série de atividades para chamar a atenção para o fato de que muitas brasileiras ainda perdem suas vidas devido à detecção tardia do câncer de mama e início do tratamento fora do tempo adequado para se vencer o tumor.