Rastro de terror e sete vítimas em Pernambuco

Acusada de esquartejar duas mulheres, em Garanhuns, disse que ela, o marido e a amante dele cometeram mais cinco homicídios
Do JC Online
Publicado em 12/04/2012 às 23:08
Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


A dona de casa Isabel Cristina Pires da Silveira, 50 anos, admitiu em depoimento que ela, o marido Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, e a amante dele, Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25, mataram, esquartejaram e enterraram outras cinco mulheres, além das duas localizadas quarta (11), pela polícia em uma cova rasa na residência do trio, no Jardim Petrópolis, em Garanhuns, Agreste do Estado. A primeira vítima do grupo seria Jéssica Camila da Silva Pereira, 22, morta em 2008, em Rio Doce, Olinda. A menina de cinco anos que morava com os acusados seria filha de Jéssica. Bruna assumiu a identidade da vítima e a criança foi “adotada” pelos suspeitos.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Esquartejador de Garanhuns escrevia e desenhava sobre os próprios crimes - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Esquartejador de Garanhuns escrevia e desenhava sobre os próprios crimes - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Esquartejador de Garanhuns escrevia e desenhava sobre os próprios crimes - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Esquartejador de Garanhuns escrevia e desenhava sobre os próprios crimes - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Esquartejador de Garanhuns escrevia e desenhava sobre os próprios crimes - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

 

A sequência macabra de fatos descobertos pela polícia mostra que o trio era comandado por Jorge Beltrão. Faixa preta de karatê, esquizofrênico, com histórico de surtos que o levaram a ser internado várias vezes desde a adolescência.

Ele escreveu, registrou em cartório e distribuiu em Garanhuns o livro Diário de um Esquizofrênico. Uma obra autobiográfica onde ele relata como era perseguido por visões, fantasmas e explosões de violência e uma obsessão por eliminar mulheres. “O pecado de Eva contaminou a tudo até hoje”, ressaltou Jorge em um dos textos encontrados em sua casa.

A polícia chegou até o grupo investigando o desaparecimento de Alexandra da Silva Falcão e Giselly Helena da Silva. As duas foram atraídas por promessas de emprego, mas acabaram estranguladas e mortas. 

Os suspeitos usaram o cartão de crédito de Giselly em lojas de Garanhuns. A família da vítima recebeu a fatura e conferiu compras após 25 de fevereiro, dia de seu desaparecimento. Ao conferir os vídeos das câmeras de segurança dos estabelecimentos comerciais, os investigadores conseguiram identificar Jorge e Isabel.

“A investigação permanece em andamento. Os suspeitos relataram outros crimes e estamos apurando esses fatos”, destacou o delegado Wesley Fernandes. 

Há cerca de dez anos, Jorge Beltrão atuava como assistente na Academia de Karatê Kawamura, na Boa Vista, Centro do Recife. “Ele ajudava nas aulas, mas não era um funcionário. Quando arrumou essa namorada (Bruna) e colocou ela para morar dentro de casa com ele e a esposa, acabou se afastando. Para mim foi um choque, quando vi que eles estavam envolvidos nesses crimes”, afirmou o professor Hayashi Kawamura.

Isabel disse à polícia que Jéssica era moradora de rua e tinha um bebê. Eles a levaram para casa, em Rio Doce, Olinda e a mataram, ficando com a criança. Após o crime, em 2008, eles se mudaram várias vezes, residindo no município do Conde (PB), em Jaboatão dos Guararapes e Gravatá, até se fixarem em Garanhuns, no início de 2011. Nesse intervalo teriam ocorrido mais quatro mortes.

“É impossível traçar um diagnóstico sem ter um contato com o paciente. No entanto, baseado nos dados revelados até então, suponho que se trata de um esquizofrênico com surtos psicó- ticos que acabou contaminando as duas mulheres. Elas embarcaram nas alucinações dele. É um caso onde o doente não tem a menor condição de conviver em sociedade”, pontuou o psiquiatra forense Feliciano Abdon de Araújo, lotado há 25 anos no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Itamaracá.

Os vizinhos dos acusados saquearam e queimaram a casa deles. Vários documentos, deixados para trás pela polícia foram destruídos. O delegado Wesley Fernandes disse que a casa não ficou isolada porque não havia efetivo para proceder a vigilância.

Leia mais na edição desta sexta (13) do JC

Veja vídeo mostrando casa onde corpos estavam enterrados

 

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