Acusado de matar um colega de farda dentro de uma viatura, na manhã do último domingo (30), o soldado Flávio Oliveira, do 11º Batalhão da Polícia Militar, afirmou ter tido um surto psicótico no momento do crime. O que motivou o assassinato teria sido uma discussão sobre cotas raciais com o cabo Adriano Batista. No Instituto de Criminalística (IC), onde foi levado para fazer exames, Flávio disse não lembrar do que aconteceu.
"Não lembro como isso aconteceu, foi um surto. Depois que atirei, fiquei parado, na minha, e desci da viatura. A colega que estava no banco da frente perguntou o que eu tinha feito e eu não lembrava", afirmou o soldado Flávio Oliveira à TV Jornal. O suspeito disse, ainda, que a vítima deveria ter entrado rua da casa do ex-governador Eduardo Campos, mas seguiu em direção ao batalhão.
Depois de mais uma discussão, após levar alguns gritos do cabo Adriano, o suspeito teria sacado a arma e atirado. "Eu me arrependo com certeza. Ele deixou um filho e eu também. Mas agora não tem o que fazer", finalizou.
O CRIME
O assassinato aconteceu na Rua Coronel João Batista do Rego Barros, em Apipucos, Zona Norte do Recife. Segundo a polícia, o carro estava em movimento quando o soldado Flávio Oliveira da Silva atirou na cabeça do Cabo Adriano Batista.
Ferida, a vítima perdeu o controle do veículo e colidiu em outros dois automóveis. A viatura chegou a subir uma calçada, mas foi parada pela soldado Thaena de Lima Lemos Santos, que estava no banco do passageiro.
O cabo foi levado para o Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu. O soldado Flávio Oliveira foi detido no local e levado para a sede do 11º BPM.
Uma perícia foi realizada na cena do crime e uma pistola 38 foi encontrada dentro da mochila do PM suspeito de efetuar o disparo. Um projétil de pistola ponto 40, provavelmente a arma usada no crime, foi recolhido no local.