Princípio de rebelião termina em morte no Complexo Prisional do Curado

Um detento foi socorrido e morreu no Hospital Otávio de Freitas. Ainda não há informações sobre a causa da morte
Do JC Online
Publicado em 19/11/2015 às 8:28
Um detento foi socorrido e morreu no Hospital Otávio de Freitas. Ainda não há informações sobre a causa da morte Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Um detento morreu após um princípio de rebelião na Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, na madrugada desta quinta-feira (19). O reeducando Manoel Leonardo Galdino da Silva, 20 anos, chegou a ser levado para o hospital Otávio de Freitas, no bairro de Tejipió, também na Zona Oeste, com ferimentos no pescoço, mas não resistiu. 

De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o tumulto foi iniciado por volta das 4h30, após uma briga entre detentos de grupos rivais dos pavilhões A e B. Por volta das 6h, agentes penitenciários e do Grupo de Operações de Segurança da Seres controlaram a confusão.

OUTRAS MORTES

A morte do presidiário Manoel Leonardo Galdino da Silva na manhã desta quinta no Complexo Prisional do Curado é a 13ª registrada só este ano. Com 6 mil presos dispostos em apenas 1,7 mil vagas, a maior unidade prisional do Estado funciona em um de seus piores anos desde que deixou de ser o Presídio Professor Aníbal Bruno, em 2012.

Casos de fugas, princípios de rebeliões, tumultos e mortes se repetiram e repetem incansalvemente ao longo dos meses de 2015. A Corte Interamericana de Direitos Humanos divulgou, em outubro, uma resolução para que o Governo implemente medidas urgentes para garantir a vida e a integridade dos presos, visitantes e funcionários das unidades do Complexo.

No último dia 5, dois detentos morreram e três ficaram feridos durante confusão e incêndio no pavilhão F do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), uma das unidades prisionais da instituição. O presidiário Alexandre João da Silva teria passado o dia ameaçando outros presos e acabou sendo morto a facadas e, em seguida, carbonizado. Outro homem, Gilvan Monteiro do Nascimento, que ocupava a mesma cela que Alexandre, tentou se proteger do fogo, mas também acabou falecendo asfixiado.

No final de outubro, um reeducando do Pamfa foi a óbito após ser esfaquado no pescoço por outro detento. Adenildo Honorato da Silva, 34 anos, chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Otávio de Freitas (HOF), mas já chegou morto ao local.

Já em setembro, um morador da comunidade do Alto da Bela Vista, vizinha ao Complexo do Curado, morreu atingido por tiros de fuzil durante outro princípio de tumulto no PFDB. O ambulante Ricardo Alves da Silva, 33, escovava os dentes no quintal de casa quando foi surpreendido pela bala perdida. Ele morreu no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, no Centro.

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