Atualizada às 23h18
Após o garoto Kauan Vinícius da Silva, de 10 anos, ser baleado enquanto brincava no bairro do Totó, na Zona Oeste do Recife, moradores da localidade realizaram um protesto contra a violência policial na área. De acordo com os manifestantes, o tiro que atingiu o menino nesta sexta-feira (5) foi disparado por um militar.
Kauan Vinícius foi atingido no lado direito do tórax por volta das 15h30 e levado para o Hospital Otávio de Freitas (HOF), no Sancho, onde passou por cirurgia. De acordo com o delegado que investiga o caso, João Felipe, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o estado de saúde do garoto é estável.
"Chegou à delagacia a informação de que uma criança havia sido atingida no tórax no Totó. O que sabemos, até o momento, é que o menino está estável. Não recebemos a informação de que o tiro foi disparado por algum militar, mas podemos investigar essa possibilidade", explicou o delegado.
O protesto na comunidade começou por volta das 18h, na Rua Paulino de Farias. De acordo com o 12º BPM, parte dos manifestantes agiram de maneira violenta e alguns estavam armados. Um policial acionado para controlar o ato, inclusive, foi atingido por um tiro no pé e encaminhado para o HOF. O batalhão ainda informou que o grupo jogou pedras e rojões contra os policiais. A manifestação se estendeu até as 19h30.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que "policiais militares do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha relataram, em Boletim de Ocorrência, que prestaram socorro de urgência a uma criança vítima de tiro para o Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, onde ficou em observação".
O comunicado ainda diz que, aproximadamente às 18h, durante protesto, "vários manifestantes atiraram pedras contra os policiais militares, sendo três deles detidos, e um soldado do 12° Batalhão, que atuava na mobilização, foi atingido no pé direito por disparo de arma de fogo, com autoria ainda desconhecida". De acordo com a corporação, o militar passa bem.
A PM encerra a nota afirmando que "considera os dois episódios graves e distintos e que a corporação tem interesse na apuração rigorosa dos fatos e elucidação dos casos, razão pela qual repudia, de um lado, toda e qualquer ação ilegal por parte dos seus agentes, e de outro, que resulte em presunção de culpa e comportamentos violentos contra PMs de serviço e que atuam, tão somente, para garantir a tranquilidade da população".