"Acordamos com os tiros, pensei que fosse guerra". Por mais que pareça, a frase não é de nenhum habitante de um país em conflito e sim de uma moradora do Conjunto Ignez Andreazza, localizado na Avenida Recife, Zona Oeste da cidade. As balas que serviram como despertador para Angela Peixoto, dona de casa, de 59 anos, também tiraram o sono de muitos outras pessoas que moram nas proximidades da empresa de segurança e transporte de valores Brinks, atacada na madrugada desta terça-feira (21). O tiroteio começou por volta das 3h20 e se estendeu até as 4h30.
"Alguns tiros pareciam de canhão, o barulho era tão alto que a gente pensou que fosse no Hiper que fica em frente ao condomínio, mas como era noite a gente só via o clarão", relembrou Angela, poucas horas após a investida dos criminosos.
Uma publicação compartilhada por Jornal do Commercio PE (@jc_pe) em Fev 21, 2017 às 5:50 PST
O barulho dos disparos da madrugada, agora contrastam com o silêncio desta manhã, apesar do pânico ainda não ter abandonado o condomínio."O Conjunto tá em silêncio e a gente não sabe se os ladrões entraram aqui, ninguém quer ter a surpesa nas garagens, na parte de baixo do prédio, nós não temos segurança", afirmou Angela.
"Pensei que estava na Síria", diz outro morador sobre ação na Zona Oeste
Rafael de Oliveira, outro morador da Avenida Recife, reforçou a sensação de que a ação dos bandidos na área parecia cena de guerra. "Pensei que estava na Síria ou Bangladesh. Foi coisa de cinema, coisa de Hollywood. Eu acordei por volta das 3h30 escutando os disparos, a princípio pensei que eram fogos, depois vieram as explosões e caiu a ficha, o pessoal foi postando nas redes sociais".
"Eu não tenho nem palavras para descrever o que aconteceu aqui. Minha cama estremeceu após a explosão. Um amigo meu disse que estava com muito medo, rezou, pediu a Deus que protegesse todos aqueles que estavam ao seu redor e todos os policiais que estavam na rua".
Ação criminosa
Na ação, pelo menos 15 homens invadiram à empresa e três policiais foram baleados. Quatro carros foram incendiados para dificultar o acesso da Polícia ao local. Em entrevista à Rádio Jornal, o tenente Gleidson Gonçalves, do 11º Batalhão da Polícia Militar relatou que cerca de R$ 60 milhões foram roubados.
Após o ocorrido a empresa Brinks divulgou um comunicado:
A Brinks informa que está colaborando com as autoridades no levantamento de informações e investigação sobre o ataque ocorrido nessa madrugada em sua base localizada em Recife. Nnehum colaborador da empresa ficou ferido durante o ocorrido.