Exames de DNA foram fundamentais para polícia concluir que Edvan está envolvido na morte de fisioterapeuta

Polícia encontrou a presença de sangue de Tássia Mirella Sena de Araújo no apartamento de Edvan Luiz da Silva, acusado de cometer o crime
JC Online
Publicado em 06/04/2017 às 19:22
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Exames confirmaram que as amostras de pele coletadas das unhas da fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, morta na última quarta-feira em seu apartamento em Boa Viagem, coincidem com o DNA do suspeito, o comerciante Edvan Luiz da Silva. A informação foi confirmada pela gestora da Polícia Científica, Sandra Santos, durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS).

 

Também foi apontada a presença do DNA de Mirella em amostras de sangue coletadas dentro do apartamento do autor do crime. O sangue foi encontrado no piso do banheiro e na maçaneta da porta do suspeito. Os exames também apontaram a presença do sangue de Mirella em vestimentas que seriam do comerciante. As roupas foram encontradas em um prédio ao lado do local do crime, o que indica que ele teria tendo se livrar das provas.

A partir do momento em que passa a ser provado que o DNA é dele, a polícia conseguiu indícios de que ele seria o autor do crime, o que pode dificultar obtenção pela defesa de um mandato de habeas corpus para Edvan.

"Hoje eu tenho que ele estava na cena do crime, que ela lutou com ele, e que existe sangue dela dentro do apartamento dele. Então não há mais dúvida para a polícia, embora ele continue a negar, de que ele foi o autor desse bárbaro crime", declarou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, que também estava presente na coletiva.

Audiência de custódia determinou a prisão preventiva de Edvan

Na tarde desta quinta-feira (6), a audiência de custódia, realizada no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, decidiu pela prisão preventiva de Edvan, que foi autuado por homicídio qualificado. Ele será encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), localizado em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

Mais cedo, durante a audiência de custódia, familiares e amigos de Mirella realizaram um protesto pedindo pela prisão em flagrante do suspeito. Eles se reuniram na frente de fórum com cartazes pedindo por justiça sobre o caso. Durante o velório de Mirella, ocorrido na manhã desta quinta-feira, a mãe da vítima, ainda sem acreditar no que ocorreu, afirmou que sua filha era "uma mulher guerreira e lutava contra a violência contra a mulher".

Morte de fisioterapeuta em Boa Viagem

Segundo informações, por volta das 7h, vizinhos ouviram gritos. Mirella, natural de Vitória de Santo Antão, morava em um dos oito apartamentos do 12º andar do prédio desde dezembro do ano passado. Foi o vizinho da porta ao lado que conseguiu ver, pela janela, o corpo da jovem ensanguentado na sala. Ele chamou o síndico e a polícia foi acionada.

As autoridades teriam chegado rapidamente ao local e isolado as entradas. Mirella foi encontrada no chão, sem roupas, com um corte profundo na garganta e ferimentos nas mãos. A perícia constatou sinais de relação sexual, mas não se sabe se ela foi vítima de estupro.

A polícia chegou ao suspeito ao encontrar manchas de sangue na porta do flat. Após várias tentativas de contatá-lo e com a constatação de que ele não havia deixado o prédio, a polícia invadiu o apartamento e encontrou o homem dormindo no quarto. O suspeito é casado e mora no mesmo andar de Mirella. Ele negou envolvimento no crime, afirmando ter cruzado poucas vezes com a vítima no elevador.

De acordo com os peritos, ele estava com arranhões e hematomas pelo corpo. O homem, que trabalha como comerciante da área de cosméticos, justificou dizendo que teria passado a noite fora e se envolvido em briga com um flanelinha, mas caiu em contradição.

A camisa usada pelo comerciante nas imagens gravadas foi encontrada ensanguentada no prédio ao lado da cena do crime, como se tivesse sido jogada pela janela. Às 21h30, peritos o Instituto de Criminalística (IC) estiveram novamente no flat para uma vistoria complementar.

Autoridades, amigos e familiares desconhecem qualquer relação entre o suspeito e Mirella. "Ela não tinha namorado, era muito focada no trabalho", contou a tia Sílvia Cordeiro. A fisioterapeuta trabalhava como representante de produtos farmacêuticos. O delegado responsável pelo caso é Francisco Océlio, do DHPP.

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