A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (20) a identidade das vítimas que foram mortas na entrada da comunidade Entra Apulso em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, no último dia 17. A polícia optou por divulgar agora, pois estava aguardando a perícia por meio do teste de DNA. As vítimas foram identificados como Diego e Luan, ambos moradores da comunidade Irmã Dorothy.
As vítimas foram arrastadas de suas casas para a beira da maré e executadas com tiros na cabeça. Em seguida os corpos foram colocadas no banco traseiro de de um veículo roubado 15 dias antes do crime. De acordo com o delegado Francisco Océlio, o carro em que os corpos estavam foi escoltado até a entrada da comunidade Entra Apulso, que seria rival à Irmã Dorothy. "O carro foi incendiado como uma forma dos traficantes mostrarem o que eles fazem com aqueles que eles decretam como traidores", explicou o delegado.
A Polícia Civil informou que na noite do dai 12 de setembro o chefe do tráfico de drogas da Irmã Dorothy foi executado com muitos disparos de arma de fogo na cabeça, na BR-408 em Paudalho, levando a crer que os traficantes acreditaram que os jovens foram os autores do crime.
Em agosto houve um desentendimento entre o traficante Paulo da Vaca que está preso, responsável por comandar toda a dinâmica do crime e Diego, uma das vítimas. Eles entraram em conflito por motivos banais, e Paulo jurou Diego de morte. Dias depois, Diego conversou com o chefe do tráfico, identificado como Tito Gordo, sobre o que estava acontecendo. Tito solicitou a Paulo que se desculpasse com Diego para tudo se resolver.
Mas, no dia 12, a localização de Tito Gordo caiu no conhecimento de traficantes rivais. Traficantes da Entra Apulso ordenaram a morte de Tito. A Polícia trabalha com a premissa de que a motivação foi essa, afinal Diego sabia aonde o chefe do tráfico estava. A Polícia ainda detalha que Diego e Luan são de Carpina, Zona da Mata de Pernambuco, e que a esposa de Tito seria da mesma cidade. Dessa forma eles sabiam o horário e o local em que o traficante se encontraria.
A Polícia Civil concluiu portanto que as duas vítimas do homicídio no último dia 17 de setembro não tinham nenhum envolvimento com o tráfico de drogas. Eles apenas possuíam informações que poderiam contribuir para o crime. A polícia ainda trabalha com a linha de investigação de que os dois não tenham passado qualquer tipo de informação sobre Tito Gordo.
Dos quatro executores dos dois jovens, apenas o Paulo da Vaca está preso por força de prisão temporária. Outros dois estão com mandado de prisão temporária e ainda há um menor com mandado de busca e apreensão decretado. Outro executor ainda não foi identificado, mas sabe-se desta última participação com os crimes.