Detentos lideravam roubos de máquinas agrícolas na RMR, diz polícia

Detentos se comunicavam através de celulares e contatos com familiares; Nove suspeitos de fazerem parte da quadrilha foram identificados e detidos na RMR
JC Online
Publicado em 28/06/2018 às 12:35
Detentos se comunicavam através de celulares e contatos com familiares; Nove suspeitos de fazerem parte da quadrilha foram identificados e detidos na RMR Foto: Foto: Divulgação/PCPE


Durante investigações da Polícia Civil na Operação ‘Arapuca’, deflagrada nesta quarta-feira (27), foi descoberto que uma quadrilha, voltada para a prática de roubo qualificado e associação criminosa na Região Metropolitana do Recife (RMR), era coordenada por três detentos do presídio de Limoeiro, Agreste de Pernambuco.

Emerson Roberto Sales de Souza, de 23 anos, Washington José da Hora, de 44 anos, e Eduardo Guedes da Silva Junior, de 43, comandavam o esquema criminoso por meio de aparelhos celulares e contatos com familiares. Segundo Renato Pinto, chefe de gabinete da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o órgão auxiliou a Polícia Civil nas investigações, ajudando a identificar os suspeitos e apreendendo cinco celulares com os detentos.

Como o grupo agia?

Segundo o delegado Mauro Cabral, da Delegacia Seccional da Várzea e titular da investigação, os criminosos contratavam um serviço de escavação para fazer uma piscina em algum terreno e, quando a empresa ia para o local com uma retroescavadeira, os membros da quadrilha rendiam os funcionários e roubavam a máquina agrícola.

Enquanto as vítimas eram feitas de refém, um dos membros do grupo conduzia a retroescavadeira para o interior de Pernambuco, onde um receptor estava já no aguardo para vender a máquina roubada para terceiros. De acordo com o delegado, os veículos roubados, que normalmente custam entre 200 a 300 mil reais, eram vendidos por 30 a 40 mil reais. “Os criminosos adiantavam parte do valor do serviço à empresa, para que o contratado não suspeitasse de alguma coisa”, acrescentou o delegado.

Última ação da quadrilha e apreensão dos suspeitos

O grupo agiu pela última vez no último domingo (24), no bairro da Guabiraba, zona norte do Recife. Os criminosos aplicaram o mesmo procedimento de fazer de refém o funcionário da empresa que fornece os serviços com a retroescavadeira e, em seguida, levar a máquina para revender no interior do estado. A Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada e conseguiu deter o condutor, identificado Fábio Batista da Silva, de 42 anos. A máquina agrícola também foi recuperada com o suspeito.

Durante a operação policial, outros cinco suspeitos foram presos. Adriano Santos Nascimento, de 24 anos, Everaldo de Lima Diogenes, de 38 anos, e Edilson de Lima Diogenes, de 52 anos, não tinham registro na polícia.

Sandro Luiz dos Santos, de 39 anos, já havia passado pela polícia por roubo e envolvimento com tráfico de drogas. Igor André Guedes Pereira, de 28 anos, também passou pela polícia pelos mesmos crimes e estava detido no Centro de Observação e Triagem Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Havia outro suspeito a ser apreendido, identificado por Gleyson Cloves Alves Muribeca, mas ele foi vítima de homicídio no começo do mês de março.

Segundo o delegado Mauro Cabral, as investigações irão continuar para que outros suspeitos envolvidos com a quadrilha sejam identificados e que os receptadores das máquinas sejam encontrados.

"Caso alguém tenha recepcionado alguma máquina em um valor muito abaixo do mercado, procure à polícia para que não corra o risco de ser autuado por receptação", recomendou Cabral, que classificou a compra dos produtos roubados tão criminosa quanto os roubos às máquinas.

Operação ‘Arapuca’

Na operação, deflagrada na manhã desta quarta-feira, foram expedidos nove mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de São Lourenço da Mata e Abreu e Lima, no Grande Recife, em Limoeiro, no Agreste pernambucano, e nos bairros de Coqueiral e Beberibe, zonas sul e norte do Recife. Essa foi a 26ª ação de repressão qualificada de 2018.

A quadrilha criminosa começou a ser investigada em novembro de 2017 após o primeiro roubo à uma retroescavadeira. Até esta semana, seis casos de roubo à máquinas agrícolas foram registrados no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).

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