Os pais de Beatriz, morta em Petrolina, no Sertão do Estado, em 2015, denunciaram nesta quinta-feira (26) que um homem apagou imagens do circuito de segurança do local onde ocorreu o crime, o Colégio Auxiliadora. Em entrevista à Rádio Jornal Petrolina, Lúcia Mota e Sandro Romilton cobraram a prisão do suspeito, identificado como Alisson Henrique de Carvalho Cunha.
Em nota, o colégio negou qualquer manipulação nas imagens e afirmou que o suspeito não fazia parte do quadro de funcionários. Segundo a unidade de ensino, ele era prestador de serviço, contratado por uma empresa responsável pela manutenção dos computadores.
A prisão preventiva de Alisson chegou a ser solicitada, no entanto, a juíza Elaine Brandão Ribeiro teria indeferido. De acordo com a mãe de Beatriz, o suspeito prejudicou as investigações. "Alisson deve estar preso não por matar a minha filha, mas sim, por obstrução de justiça. Está comprovado que ele apagou as imagens e isto resultou em um atraso de mais de um ano nas investigações", declarou Lúcia.
Revoltado, o pai da menina contou que as imagens que teriam sido apagadas captaram bem o suspeito do crime. "As câmeras estavam em ótimo estado. Elas tinham imagens do momento em que a pessoa estava com uma faca, na frente da escola. Se isto fosse visto nas primeiras semanas, teríamos pego essa pessoa", contou Sandro.
Toda a investigação e o pedido de prisão de Alisson corriam sob sigilo. No entanto, as informações foram divulgadas através das redes sociais. "Sabíamos da prisão de Alisson, mas mantivemos o sigilo. De repente, tudo foi vazado nas redes sociais, quando nem a mídia especializada tinha acesso a estas informações", explicou o pai de Beatriz.
Em nota, o Colégio Auxiliadora negou qualquer indício de manipulação das imagens por parte da instituição ou de funcionários, classificando o fato como especulação. O texto diz ainda que todas as imagens foram entregues de forma integral à Polícia Civil.
Segundo o colégio, Alisson não é e nunca foi funcionário do local. A unidade de ensino afirmou que ele era prestador de serviço, contratado por uma empresa responsável pela manutenção dos computadores.
A menina Beatriz Angélica Mota foi assassinada com 42 facadas no dia 10 de dezembro de 2015 durante a realização de uma solenidade de formatura no Colégio Auxiliadora. Os pais da vítima teriam notado o desaparecimento da menina e a chamaram pelo microfone do palco que estava montado na quadra do colégio.
Beatriz foi encontrada em um antigo depósito de material esportivo, um local isolado. Ela estava com várias perfurações e uma faca do tipo peixeira cravada na clavícula.
As imagens do suspeito de cometer o crime foram recuperadas e divulgadas em março do ano passado. Já se passaram 2 anos e sete meses da morte de Beatriz. Até agora, ninguém foi preso.
Lúcia e Sandro disseram que vão continuar as investigações e que todos que atrapalharem a investigação vão ser denunciados. "Nós vamos continuar essa busca pelo assassino e vamos denunciar todos que atrapalhem a investigação do caso da minha filha", disse a mãe.