Polícia apresenta suspeitos presos por tortura de família em Igarassu

De acordo com delegado, um dos suspeitos tentou furar o olho de uma das vítimas. Crime ocorreu em Mangue Seco
JC Online
Publicado em 11/09/2018 às 16:48
De acordo com delegado, um dos suspeitos tentou furar o olho de uma das vítimas. Crime ocorreu em Mangue Seco Foto: Foto: Divulgação / PCPE


A Polícia Civil apresentou, nesta terça-feira (11) os detalhes da investigação que levou à prisão de quatro homens, suspeitos de praticarem tortura e assaltarem uma família em Mangue Seco, Igarassu, no Grande Recife. O delegado David Medeiros, à frente do caso, destacou a ação violenta dos criminosos e afirmou que a grande repercussão do crime levou a polícia a intensificar os trabalhos de investigação. 

"Os elementos de alta periculosidade chegaram por volta das 4h. As pessoas estavam ali em lazer, acampadas como sempre faziam, e foram surpreendidas. Primeiramente, eles fizeram duas crianças reféns e colocaram facas em seus pescoços, o que inibiu, certamente, alguma reação das pessoas. Esses elementos bateram nas pessoas e feriram com facões, chegaram a querer furar o olho de uma das vítimas", relatou o delegado.

Sob efeito de drogas

Segundo a polícia, os autores do crime estavam sob efeito de drogas. O grupo roubou celulares, um rádio e R$100 possivelmente para vender e usar o dinheiro para comprar entorpecentes. Na ação, eles feriram cinco pessoas.

Entre os feridos está um garoto, de 15 anos, identificado como Samuel Pereira. O menino, que tem necessidades especiais, teve um corte no pulso, nos dedos e na cabeça. O outro é um homem, de 33 anos, identificado como Joseilson Cardoso, que também sofreu cortes na cabeça.  Ambos foram levados para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife.

Outras três pessoas receberam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz de Rebouças e foram liberadas no início da tarde do sábado. Ainda segundo as vítimas, o grupo faz este mesmo acampamento há pelo menos oito anos.

Prisão preventiva

Todos os suspeitos foram presos na segunda-feira (10). Edson Gouveia dos Santos, de 28 anos, conhecido como "Biu", seria o líder do grupo e foi o primeiro a ser preso, na própria praia de Mangue Seco, onde o crime aconteceu. O delegado afirmou que ele chegou a ameaçar uma mulher que teria testemunhado parte da ação criminosa, falando que mataria a testemunha e toda a família dela caso o grupo fosse denunciado. Edson também tentou furar o olho de uma das vítimas, mas acabou acertando o rosto.

Os outros presos são Elijeferson Antônio da Lima Cruz, 25 anos, chamado de Galego; Jefferson Manoel da Silva, 18 anos, o De Menor; e Willermy Souza da Silva. 

A prisão preventiva foi decretada pela Vara Criminal de Igarassu e os suspeitos serão levados para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. "Fizemos a prisão de todos os elementos, que confessaram suas participações. Não é só o crime de assalto qualificado, houve também tortura, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo. Eles irão responder por todos esses delitos perante a Justiça", explicou o delegado.

O caso

Por volta das 4h da manhã do sábado, quatro homens, munidos de facas, um machado e uma garrucha - arma de fogo artesanal - abordaram um grupo de 20 pessoas, pertencentes à mesma família, que acampava na praia de Mangue Seco. Eles roubaram alguns celulares, um rádio e uma quantia de R$ 100. Indignados com o produto do roubo, os assaltantes torturaram a família fisicamente e psicologicamente. Segundo a polícia, os autores do crime estavam sob efeito de drogas e queriam dinheiro para comprar mais entorpecentes.

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