A Polícia Civil divulgou, nesta terça-feira (23), os detalhes da Operação Fishing, que resultou na desarticulação de um grupo que assaltou uma loja em um shopping na Boa Vista, Centro do Recife, em abril. A ação foi registrada pelo circuito interno do estabelecimento. Na ocasião, foram roubados 24 celulares e um revólver calibre 38, do vigilante da loja, que estava com seis munições intactas.
Segundo o delegado João Paulo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), a quadrilha utilizaria o dinheiro obtido com o roubo para financiar drogas e armas. O grupo era coordenado de dentro do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB) pelo detento Renato Vieira da Silva, o “Mago”.
“O Mago dava orientações para seus comandados através de recados, emitidos por visitas, parentes dele que iam na prisão”, afirmou o delegado. O principal operador da quadrilha por Luís Gabriel da Silva, o “Biel”, preso no dia da deflagração da operação, na segunda-feira (22). O acusado seria responsável pelo tráfico de drogas nos bairros de Caixa D’Água, na Zona Norte do Recife, e Peixinhos, em Olinda.
“No último dia 15, Biel foi flagrado recebendo 12 quilos de pasta-base de cocaína no bairro de Boa Viagem. Ele seguiria para Caixa D’Água, onde faria a distribuição, mas foi interceptado no bairro do Pina. No entanto, na ocasião, conseguiu fugir”, explicou João Paulo.
Também foram presos Paulo Henrique da Silva Carneiro, o “Peteco”, que atuaria como gerente do tráfico para o grupo; Wagner Henrique do Nascimento, o “Tio”, que armazenaria os entorpecentes; Marlon Luiz da Silva, motorista de aplicativo, que usaria o veículo para fazer transportes para o grupo e Felix José do Nascimento, que também ficaria com a função de transporte.
A polícia também capturou Alberiz Alves do Nascimento, o “Monstro”, e Jessia Ariane Galdino, que também armazenariam drogas para a quadrilha. Por último, foi preso Deniz Cavalcanti Silva, que trabalharia como vendedor para o grupo segundo as investigações. Os mandados de prisão foram emitidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Olinda.
Durante a deflagração, os policiais apreenderam 34 gramas de crack pronto para o consumo, 189 gramas de pasta-base de cocaína, usada para a fabricação das pedras de crack e 3,64 quilos de maconha. Os policiais também recuperaram R$ 1.785 em dinheiro.
“O grupo era violento e praticava roubos utilizando armas de fogo. No dia anterior ao assalto à Riachuelo, eles conseguiram roubar dois veículos, um Gol e uma motocicleta, que usaram no roubo”, assinalou o delegado João Paulo. O investigador ressaltou que as investigações ainda estão em andamento.
“Duas pessoas envolvidas com o grupo estão foragidas. Essa parte da investigação está em sigilo”, concluiu. Os suspeitos presos podem responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, assalto à mão armada, receptação. O envolvimento do grupo em homicídios também está sendo apurado.