Tem inicio nesta segunda-feira (10), no Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes, o julgamento de dois acusados pela morte do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, em maio de 2014. Daniel Lima, advogado de acusação, afirmou, em entrevista à Rádio Jornal, que espera que o ex-médico cardiologista Cláudio Amaro Gomes, apontado como um dos mentores do crime, seja punido por homicídio duplamente qualificado. "Eu acredito que a pena vai girar em torno de uns 20, 20 e poucos anos", disse.
"É um assunto que nunca esfriou, que está sempre na memória", comentou o advogado, afirmando que acredita que o caso ainda chama atenção da sociedade. Segundo Daniel, um dos argumentos da acusação será baseado na cassação do diploma de Cláudio pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), em abril deste ano. "[A cassação] não foi pelo homicídio, mas pelas faltas éticas cometidas, as quais sustentamos que motivaram o homicídio", explica.
A expectativa é de que o julgamento, começando nesta segunda, dure pelo menos cinco dias - uma média de 45 horas - diante da quantidade de provas que devem ser apresentadas em juízo e dos depoimentos dos réus. Inicialmente, o julgamento estava marcado para acontecer entre os dias 6 e 15 de novembro, mas foi adiado após a defesa de Cláudio entrar com mais um pedido de habeas corpus.
Além do ex-médico, que teve o diploma cassado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) em abril último, Jailson Duarte César também deve sentar no banco dos réus. Ao todo, cinco homens seriam os responsáveis pelo assassinato. Cláudio Amaro Gomes Júnior (filho do suposto mandante) e Lyferson Barbosa da Silva foram condenados em setembro de 2016. O quinto e último indiciado, Flávio Braz, morreu durante troca de tiros com policiais em 2015.
Pai e filho são acusados de planejar a morte do cirurgião Artur Eugênio, de 34 anos, que foi arrastado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, na noite do dia 12 de maio de 2014. O corpo foi encontrado no dia seguinte, às margens da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, com marcas de tiros, e o carro carbonizado foi abandonado no bairro da Guabiraba, Zona Norte da capital.
De acordo com o Ministério Público, a motivação do crime teria sido desentendimentos profissionais entre Cláudio (pai) e Artur, que já tinham trabalhado juntos. O suposto mandante está preso preventivamente no Centro de Observação e Triagem em Abreu e Lima (Cotel), em Abreu e Lima, desde junho de 2014.