Bloco Treme Treme celebra neste sábado o Dia Mundial da Doença de Parkinson

Data é comemorada segunda-feira, mas bloco resolveu antecipar a festa
Margarida Azevedo
Publicado em 09/04/2016 às 5:01
Data é comemorada segunda-feira, mas bloco resolveu antecipar a festa Foto: Foto: Ricardo Labastier / JC Imagem


Problema neurológico que afeta os movimentos, causa tremores e acomete cerca de 3% dos brasileiros, a doença de Parkinson é lembrada na próxima segunda-feira (11) quando se celebra o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. Para marcar a data, o Bloco Treme Treme, formado por pessoas que convivem com a enfermidade, estará hoje no Parque 13 de Maio, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Será um momento de diversão e também de reivindicação. Segundo a Associação de Parkinson de Pernambuco, faltam remédios para os pacientes e o número de médicos e profissionais de saúde para atendê-los nem sempre é suficiente.

“É uma doença que não tem cura. Mas medicamentos ajudam a diminuir os sintomas e retardam a progressão da enfermidade. Deveríamos receber mensalmente remédios da Secretaria Estadual de Saúde para serem entregues aos pacientes. O problema é que o repasse nem sempre acontece. Essa instabilidade gera ansiedade e interfere na doença”, ressalta a presidente da associação, Teresinha Veloso. Ela acompanha a entidade desde que foi fundada, 14 anos atrás. O marido de Teresinha tem Parkinson há duas décadas. Sua mãe também sofreu com o problema.



Está faltando, conforme Teresinha, amantandina, medicamento que estimula a liberação da dopamina, neurotransmissor fundamental para o controle das funções motoras. Outro remédio em falta é o entacapona, que ajuda a atenuar os sintomas do Parkinson. “Cada caixa desse medicamento custa em média R$ 270. Um doente tem que tomar três caixas por mês. Ou seja: gasta quase um salário mínimo para comprar somente um dos remédios que precisa para tratar da doença”, observa Teresinha.

Em Pernambuco, de acordo com a associação, são cerca de 5 mil pessoas com Parkinson. A entidade, que funciona no bairro de Santo Antônio, no Centro da capital, soma 420 sócios que têm acesso a sessões gratuitas de fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia, massagem, acupuntura, oficina do riso e encontros para reflexão. Além dos tremores, as pessoas diagnosticadas com a doença têm instabilidade postural, rigidez nas articulações e outros sintomas não motores como a diminuição do olfato, distúrbios do sono, alteração do ritmo intestinal e depressão.

O Bloco do Treme Treme sai todos os anos uma semana antes do Sábado de Zé Pereira. Como este ano o Carnaval caiu no início de fevereiro, o bloco teria que desfilar em janeiro, mês que geralmente a associação fica esvaziada por causa das férias. Quem quiser participar da festa hoje é só chegar no Parque 13 de Maio a partir das 8h. Ao lado do estandarte do bloco haverá faixas com a frase “Unidos seremos mais fortes”. O frevo está garantido pela Orquestra 100% Mulher.

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