A inclusão de pediatras nas equipes do Saúde da Família, oferta gratuita de medicamentos para convulsões, descentralização de exames, serviços médicos e de reabilitação estão entre as sugestões apresentadas nesta quarta-feira (18/05) pela Comissão de Acompanhamento aos Casos de Microcefalia da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Um relatório das atividades realizadas em três meses de trabalho foi divulgado pela presidente da comissão, médica e deputada Socorro Pimentel (PSL), propondo ações urgentes para atender às centenas de crianças do Estado que nasceram com malformação cerebral nos últimos nove meses, vítimas da síndrome congênita atribuída a zika vírus.
“O trabalho da comissão foi prorrogado por mais três meses. Vamos viajar pelo interior e avaliar nesse período se houve alguma mudança na assistência, que precisa ser contínua”, disse Socorro, que estava acompanhada do deputado Miguel Coelho (PSB). Ela está impressionada com o sofrimento de mães, principalmente do interior, que precisam se deslocar a longas distâncias com seus bebês para ter acesso à consulta de neuropediatria e reabilitação. Propõe a ativação de UPAEs já construídas e adaptações de outros serviços regionais para atendimento às crianças.
A deputada reconhece a implantação de serviços feita pelo Estado, mas considera que é preciso ampliar a rede e instituir uma força-tarefa para agilizar exames e diagnóstico nos centros de referência. “A tomografia e a análise do líquido cefalorraquidiano precisam ser agilizados”, lembrou, citando também que as famílias gastam de R$ 200 a R$ 300, por mês, com remédios para conter as convulsões dos bebês.
No hospital da rede estadual que é referência em doença infecciosa e neuropediatria, o Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco, no Recife, a comissão constatou a necessidade de ampliação de recursos humanos, “especialmente na área de enfermagem e médica, infectologistas e neuropediatras”, convocação de duas neuropediatras aprovadas no último concurso público do Estado, de ampliação do número de leitos para doenças infecciosas e autonomia do hospital em relação a exames complementares. Também defende mais vagas para residência médica de neuropediatria.