A vacinação contra a gripe começa no próximo dia 17 e chega na hora em que Pernambuco registra aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A imunização segue até o dia 26 de maio e é indicada a crianças entre seis meses e cinco anos, gestantes, idosos, reeducandos do sistema prisional e funcionários, além de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e asma.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 2,3 milhões de pessoas devem receber a vacina no Estado. “Lembrar que é importante tomar a vacina, principalmente os que têm fatores de risco para o agravamento da doença. Mesmo que tenha se vacinado ano passado, a imunização tem que ser feita todos os anos”, alertou a gerente de Vigilância e Controle das Doenças Imunopreveníveis da SES, Ana Antunes.
Rosete Bezerra, 55 anos, não tomou a vacina em 2016. No fim de dezembro, ela foi acometida por uma gripe que durou quase um mês. “Primeiro começou com uma ‘febrezinha’, fiquei assustada, fui à urgência, a médica passou um remédio”, disse. Ela relata ter sentido febre, tosse, muita coriza, dor de cabeça e garganta seca. “Passei um mês todo com sintomas, mas a febre foi só um dia. Ia e voltava a dor no corpo e a tosse com secreção”, disse a técnica de enfermagem. Este ano, ela promete que vai se prevenir. “Pretendo tomar a vacina, sim. É muito ruim sentir isso, você não consegue fazer nada”, diz.
De acordo com a Secretaria de Saúde, em 2016, a predominância de SRAG foi da já conhecida influenza H1N1. Ao todo, foram 217 casos notificados da síndrome, sendo 41 positivos para esse tipo de influenza e com 13 óbitos. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas e procurar uma unidade de saúde para começar o tratamento, aconselha a gerente de Vigilância e Controle das Doenças Imunopreveníveis da SES, Ana Antunes.
Todavia, não há uma situação de pânico para a população. É que, em 2017, o cenário começou a reverter. A influenza mudou para uma não tão famosa entre a população, e que é mais leve que a H1N1: a H3N2 sazonal.
Neste ano, 29 amostras apontaram resultado positivo, sem nenhum registro de óbito. “É uma influenza leve. Na maioria dos casos, não só nas unidades de referência, mas nas unidades das síndromes gripais, os casos leves predominam”, explicou a gerente da SES. A denominação sazonal é em razão da doença já ter circulado em momentos anteriores e ter uma frequência que depende de fatores externos, como o clima. “O alerta é mais para os profissionais de saúde do que para a população”, afirma Ana.
Mesmo assim, ela frisa que a aplicação da vacina continua sendo essencial não somente para a prevenção da doença, mas para evitar que grupos de risco sejam afetados por uma mutação genética do vírus que cause problemas mais sérios. “A influenza é um dos vírus que mais sofre mutações genéticas, está sempre mudando, principalmente o tipo A (que incluem a H1N1 e a H3N2). Nessas recombinações, elas começam a ter maior potencial de transmissibilidade e de gravidade. Para a população em geral, ela tem um poder menor de produzir doenças graves, mas para o grupo de risco (diabético, pessoas com mais de 80, crianças), o vírus pode trazer danos sérios. Por isso, a gente não pode afrouxar”, alertou Ana.