Só este ano, diarreia aguda atinge quase 150 mil pessoas em Pernambuco

Em todo o Estado, já são 47 surtos. No Grande Recife, casos estão mais associados aos enterovírus. Já no Agreste e no Sertão, há mais registros relacionados à ingestão de água ou alimento contaminados
Cinthya Leite
Publicado em 25/06/2017 às 9:07
Em todo o Estado, já são 47 surtos. No Grande Recife, casos estão mais associados aos enterovírus. Já no Agreste e no Sertão, há mais registros relacionados à ingestão de água ou alimento contaminados Foto: Foto: Pixabay


Com 149.640 casos registrados de doenças diarreicas agudas este ano (até o último dia 10), Pernambuco se mantém em alerta em relação à ocorrência do problema, causado por diferentes agentes, como bactérias e vírus. “No Grande Recife, observamos casos mais associados aos enterovírus. Já no Agreste e no Sertão, há mais registros relacionados à ingestão de água ou alimento contaminados”, diz o epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), GeorgeDimech.

O número de doentes deste ano já ultrapassa o do mesmo período de 2016, que teve 144.293 casos. Em comparação com o primeiro semestre de 2015, o salto também é grande: hoje já são mais de 46 mil casos em relação aos primeiros seis meses daquele ano.

Atualmente, já há notificados 47 surtos (ocorrência de vários casos com o mesmo sintoma numa determinada localidade) - três a mais do que no mesmo período de 2016. Para todos os casos, vale investir em melhoria da qualidade da água, higiene pessoal e alimentar, como manutenção de condições sanitárias adequadas. Podem parecer medidas de fácil controle, mas infelizmente ainda são um desafio para muitos municípios.

Saiba mais

A diarreia aguda é uma doença de evolução autolimitada, ou seja, tem a tendência de ser resolvida pelo próprio organismo, com duração inferior ou igual a 14 dias. A manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. A doença pode ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal.

Além disso, a diarreia aguda corresponde a 16% dos atendimentos nas emergências pediátricas, e a 9% das internações em menores de 5 anos. A causa mais comum de diarreia aguda são as infecções, sendo que 74% delas são causadas por vírus, 20% por bactérias e 6% por parasitas.

O tratamento tem como objetivo principal avaliar o grau de desidratação e repor ou corrigir as perdas de líquidos. O soro de reidratação oral é o tratamento preferido para crianças com doença diarreica aguda.

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