Helder Vasconcelos une dança e tecnologia em TumTá

Dançarino e músico agora quer expandir o uso do protótipo com outros artistas
Márcio Bastos
Publicado em 20/07/2017 às 12:15
Dançarino e músico agora quer expandir o uso do protótipo com outros artistas Foto: Renata Pires e Ricardo Moura/Divulgação


Músico, ator e dançarino, Helder Vasconcelos encontrou na tradição o alicerce para sua formação artística. Essas influências, da infância em Caruaru ao seu mergulho no Cavalo Marinho e no Maracatu Rural, a partir da década de 1990, sempre andaram lado a lado com seu interesse pela tecnologia – se formou em engenharia mecânica, por exemplo. Por isso, há cerca de doze anos se lançou no desafio de conceber um protótipo que criasse uma interseção entre suas paixões. Foi assim que nasceu o TumTá.

Iniciada em 2006, a investigação de Helder tinha como objetivo desenvolver instrumentos de música e dança que pudessem auxiliar seu processo de criação.

“Meu primeiro contato com as possibilidades de aliar arte à tecnologia veio através [do etnomusicólogo italiano] Armando Meniccacci, que promoveu uma residência em Pernambuco. Ali, pude vislumbrar maneiras de materializar interesses antigos. Posteriormente, Armando dirigiu meu solo Por Si Só, que já levava para a cena a tecnologia com a música e dança”, lembra o artista.

Seis anos depois, ao lado de João Tragtenberg e Filipe Calegario, que posteriormente fundaram o Batebit Artesania Digital, começou a dar forma à sua visão.

“O TumTá foi o primeiro instrumento que vislumbrei. Queria um protótipo no qual eu pudesse tirar som a partir dos movimentos dos pés. Quando você dança, já tem um elemento percussivo presente nos movimentos, mas queria potencializar isso. Dentro da escola da tradição, já observava isso no ‘analógico’, que pode ser observado com ênfase no sapateado, por exemplo”, explica.

O TumTá é um instrumento acoplado aos pés, como uma palmilha, e que permite a criação de sonoridades diversas. Dessa forma, Helder pode explorar suas diversas áreas de atuação de forma simultânea.

“É uma dança que você percebe que é música também. O TumTá produz o som e interfere na dança e vice-versa, com um retroalimentando o outro”, reforça.

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Fechado o ciclo de criação do protótipo, Helder se lança em outra etapa do projeto. Instigado em saber como o instrumento pode reverberar na criação de outros artistas, ele convidou Cláudio Rabeca, Johann Brehmer, Francini Barros, Aguinaldo Silva e

Frank Sóstenes para participarem de testes do TumTá, além de palestras e oficinas.
A ação está aberta ainda para estudantes, que devem se inscrever no site tumta.wordpress.com, onde também se encontra o formulário a ser preenchido e enviado até domingo.

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