José Pimentel não desiste da 'Paixão de Cristo do Recife'

José Pimentel, principal nome da 'Paixão de Cristo do Recife', luta pela realização do espetáculo deste ano, cancelado por falta de verba
Editoria de Cultura
Publicado em 20/03/2018 às 11:16
José Pimentel, principal nome da 'Paixão de Cristo do Recife', luta pela realização do espetáculo deste ano, cancelado por falta de verba Foto: Foto: JC Imagem


Já se foram 21 ininterruptas Paixões de Cristo do Recife desde 1997. 2018 se preparava para receber o 22º espetáculo, até que chegou a má notícia sobre a falta de verba que acabou por cancelar oficialmente as apresentações. Entretanto, para José Pimentel, sempre à frente da encenação, ainda não há um ponto final nesta história. "Um grupo de artistas da Paixão se reuniu e decidiu tentar fazer com que fosse realizada. Vai ser apertado e vai precisar de esforço e sacrifício de muita gente", conta Pimentel.

O maior obstáculo ainda é o dinheiro. Por esse motivo, há grandes chances de que o possível espetáculo seja montado de uma forma adaptada, mais enxuto, de acordo com a viabilidade dentro da atual realidade. Pimentel diz que, mesmo faltando menos de 15 dias para a Paixão, está correndo atrás de patrocínios. "A gente tem a verba da Prefeitura e do Estado, mas ela só sai meses depois do espetáculo e as coisas precisam ser pagas agora. Tudo pode de repente parar porque o dinheiro não deu. Acredito que até amanhã teremos uma decisão", explica.

Ensaios já estão sendo feitos para que esteja tudo pronto caso tudo . "Fiquei muito surpreso porque foi o último ensaio muito bom. Temos um grupo grande de atores, atrizes e figurantes à disposição", afirma. Segundo ele, Hemerson Moura, ator escalado para lhe substituir no papel de Jesus Cristo já está pronto e ensaiado.

Pimentel acredita que a realização da Paixão de Cristo seja um estopim para mudanças no espetáculo. "Se a gente conseguir fazer neste ano, iremos começar um projeto para melhorar muito, mudando coisas, fazer uma nova Paixão", afirma. Contudo, ele acredita que não haver apresentação em 2018 significa o fim da encenação. "Pesquisamos e vimos que o povo quer. Vai ser apertado, mas tentaremos, montaremos algum tablado, nos adaptaremos", conclui.

Impossibilidade

O produtor do evento Paulo de Castro discorda veementemente da possibilidade de realização da encenação neste ano. "Pimentel está tentando montar, mas isso não tem nada a ver com a Paixão do Recife e os quatro produtores. É impossível fazer pelo tempo, por falta de cenário e dinheiro", afirma Paulo. Segundo ele, a equipe de produtores deve se reunir depois da Semana Santa para discutir o futuro do espetáculo, mas acredita que  ele não deve mais ser feito.

José Pimentel vive Jesus Cristo desde 1978. Começou na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e seguiu até 1996. No ano seguinte, organizou a Paixão de Cristo do Recife, seguindo no papel principal até 2017. A versão do Recife começou no Estádio do Arruda e se mudou para o Marco Zero. Ganhou também versões reduzidas no Clube Português e em Olinda. O espetáculo é gratuito e costuma levar um bom público em todos os dias.

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