A fotógrafa americana Annie Leibovitz apresentou nesta quarta-feira em Londres sua nova e inédita exposição de retratos de mulheres, um trabalho iniciado em 1999 e "sempre em curso" que ela sonha em completar com o retrato de Angela Merkel.
"Através do meu trabalho estou muito interessada no que as mulheres fazem, quem somos, e foi uma grande surpresa de ver, com o projeto Women, como nós nos parecemos", disse a fotógrafa de 66 anos, conhecida por seus retratos de artistas e estrelas.
Batizada Women: New Portraits (Mulheres: novos retratos) e patrocinada pela União de Bancos Suíços (UBS), esta exposição mostra "mulheres de sucesso" em diversos setores - músicas, escritoras, políticas e executivas. A mostra será apresentada a partir de sábado e até 7 de fevereiro na antiga central hidrelétrica de Wapping, no leste de Londres.
Entre as fotografadas, a apresentadora de televisão americana Ellen DeGeneres de sutiã, o rosto pintado de branco e as mãos no peito, as atrizes Lupita Nyong'o, Lena Dunham e Amy Schumer, a primatóloga Jane Goodall, a cantora Adele no piano. A pioneira feminista Gloria Steinem aparece em sua escrivaninha e Aung San Suu Kyi, Nobel da paz, é vista de perfil.
Questionada sobre a personalidade que ela queria que estivesse em sua galeria de fotos, Annie Leibovitz não titubeou em dizer que sonha imortalizar a chanceler alemã Angela Merkel. "Ela é provavelmente a mulher mais importante do mundo hoje em dia".
Quanto ao retrato preferido, ela aponta para o que fez da mãe, Marilyn, um close-up preto e branco que está exposto abaixo de um clique da fotógrafa com suas três filhas.
Ela resumiu o sentido deste trabalho numa situação - a filha de uma dançarina de boate fotografada em Las Vegas disse, ao ver suas fotos: "mamãe, quando crescer, quero ser uma mulher".
A exposição apresenta também, nos telões espalhados pelo prédio de tijolos vermelhos, o trabalho original criado em 1999 com Susan Sontag, ensaísta feminista e romancista americana que foi companheira de Leibovitz e morreu em 2004 de leucemia.
"Na verdade, este projeto Women foi realmente aquele feito com Susan Sontag em 1999, há 17 anos, e na época eu pensava que não era uma boa ideia, que era muito grande (...) e de uma certa forma essa é a razão pela qual nós estamos aqui hoje, para dar continuidade a ele, contar uma história que não vai acabar nunca", explicou a fotógrafa. Depois de Londres, a exposição vai passar por Tóquio, São Francisco, Singapura, Hong Kong, Cidade do México, Istambul, Frankfurt, Nova York e Zurique nos próximos 12 meses.